O dólar comercial encerrou o último pregão da semana com leve alta de 0,18% e fechou esta sexta-feira (2) cotado a R$ 5,0537. Com o acréscimo deste resultado, a moeda norte-americana acumulou ganhos firmes de 2,35% na semana.
A saber, esse é o maior avanço semanal em mais de três meses. Isso porque a última vez que o dólar acumulou uma valorização mais expressiva que esta foi na semana encerrada em 26 de março (4,73%). À época, a moeda estava cotada a R$ 5,7416.
Voltando a julho, vemos que a divisa está muito longe da casa dos R$ 5,70. Na verdade, o que mais repercute nos últimos dias não é o alto valor do dólar, mas os desdobramentos da CPI da Covid, que voltaram a colocar a crise política interna em destaque.
Em resumo, a Comissão vem analisando as ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19. E os últimos dias trouxeram diversos fatos que precisam ser investigados, como um possível esquema de pagamento de propina na compra de vacinas.
Também não há como deixar de lado as acusações ao presidente Jair Bolsonaro, que supostamente sabia dos atos suspeitos, mas não fez nada para impedi-los. Em suma, o presidente está sendo acusado de prevaricação. Por isso, 46 signatários protocolaram na última quarta-feira (30) um “superpedido” de impeachment contra Bolsonaro. Este pedido unificou argumentos dos outros 123 pedidos já apresentados contra o presidente.
Dados externos influenciam dólar na semana
A cena doméstica não se mostra muito convidativa a investimentos, com escândalos em torno da pandemia. Contudo, dados bastante positivos sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, divulgados nesta sexta-feira pelo Departamento do Trabalho, conseguiram enfraquecer o dólar, ao menos um pouco.
Em síntese, a retomada da maior economia do planeta segue a todo vapor, o que reduz consideravelmente as preocupações dos mercados. Vale destacar que novos temores envolvendo a pandemia acabou fortalecendo o dólar. Nesse caso, a variante Delta do novo coronavírus, detectada inicialmente na Índia, vem elevando o número de casos da Covid em diversos países com taxas mais baixas de imunização da população.
Por fim, analistas apontam que, apesar da tensão política interna, o real pode volta a se valorizar ante o dólar. Isso deve acontecer graças à elevação da Selic, a taxa básica de juros do país, que tende a tornar os investimentos com o real mais atrativos quando comparados ao dólar. Resta saber se isso acontecerá.
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