O dólar voltou a subir no pregão desta quinta-feira (5). A saber, o dia evidenciou os temores do mercado com a saúde fiscal do Brasil. Assim, a moeda americana acabou avançando 0,61% e fechou o dia cotada a R$ 5,2155. Com o resultado, a divisa voltou a apresentar valorização ante o real na parcial de 2021, agora de 0,55%.
Na véspera, o investidores ficaram atentos à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). O encontro definiria a taxa básica de juros do Brasil, a Selic. No entanto, o pregão chegou ao fim antes do anúncio da decisão. Aliás, o Copom elevou a Selic em 1,0 ponto percentual, como esperado pelos economistas.
Em resumo, a inflação do país segue nas alturas, e o aumento da Taxa Selic tem o objetivo de segurar a inflação. Isso porque uma Selic mais alta provoca o desaquecimento da economia, uma vez que esse movimento também puxa consigo os juros praticados no país.
Dessa forma, a oferta de crédito fica limitada, pois os juros cobrados pelos créditos adquiridos ficam mais caros. Como a inflação representa o aumento dos preços dos produtos e serviços, ela tende a cair, pois as pessoas reduzem suas aquisições.
Veja o que mais influenciou a cotação do dólar no dia
Além disso, uma Selic mais alta também torna a renda fixa mais atraente, em detrimento do mercado de ações. Isso é mais um fator para fazer os investidores venderem seus ativos de risco e buscarem a renda fixa. Contudo, as preocupações com a situação fiscal do Brasil falou mais forte e impulsionou o dólar no dia.
No cenário doméstico, as notícias sobre o aumento de 50% do valor médio do Bolsa Família, que atualmente é de R$ 192, preocupa o mercado. Muitos operadores se perguntam de onde o governo irá tirar dinheiro para turbinar o programa. E o medo do calote nos precatórios voltou a se fortalecer.
Entretanto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, negou que os precatórios sofrerão calote. Em suma, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios é uma maneira de o governo dispor de mais dinheiro para gastar em ano eleitoral. Mas isso só faz os investidores ficarem cada vez mais com um pé atrás.
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