O dólar voltou a subir nesta quinta-feira (4) e encerrou o dia cotado a R$ 5,6046 após alta de 0,28% no pregão. Com o acréscimo desse resultado, a moeda norte-americana passa a acumular valorização de 8,05% em 2021 ante o real. E o que mais repercutiu entre os investidores foi a aprovação da PEC dos Precatórios.
Em resumo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, (PP-AL), colocou a proposta em votação na noite de ontem (3). Com 312 votos a favor e 144 contra, os deputados aprovaram a proposta em 1º turno. Aliás, eram necessários 308 votos a favor para a aprovação, ou seja, houve apenas quatro votos a mais do que o necessário.
Agora, a expectativa gira em torno do 2º turno de votação na Câmara, que ainda não tem data para ocorrer. A saber, a PEC dos Precatórios figura como principal aposta do governo federal para financiar o programa Auxílio Brasil, o substituto do Bolsa Família. Contudo, mesmo se aprovada no 2º turno da Câmara, a PEC ainda seguirá para votações em dois turnos no Senado Federal.
Vale destacar que o Auxílio Brasil entrou em vigor no país neste mês novembro. O programa disponibilizará R$ 400 aos beneficiários, mas isso apenas em dezembro. Na verdade, o governo ainda não possui meios concretos de financiar o programa. Por isso, o valor será de apenas R$ 220 neste mês.
Com a aprovação da PEC dos Precatórios, o governo terá mais de R$ 90 bilhões livres para realizar os pagamentos do Auxílio Brasil. A propósito, precatórios são as dívidas do governo que já possuem reconhecimento da Justiça. A PEC tenta parcelar os pagamentos mais elevados para utilizar esse dinheiro no Auxílio Brasil.
Risco fiscal continua preocupando investidores e impulsionando dólar
Nesse cenário, os riscos fiscais do Brasil ficam ainda maiores. Em suma, o parcelamento das dívidas não as fará desaparecer. Em vez disso, os débitos seguirão para os próximos anos, e o mercado teme que o governo dê calote nos credores e não honre suas dívidas. Isso continuou impulsionando o dólar nesta quinta.
Além disso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados mais recentes da produção industrial do país. A saber, o setor caiu em setembro, quarto recuo consecutivo, mas ainda acumula ganhos no ano.
Por fim, o mercado seguiu repercutindo a decisão do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, em reduzir as injeções na economia do país a partir de dezembro. Em síntese, o Fed reduzirá US$ 15 bilhões em dezembro e deverá continuar assim até encerrar de vez as recompras de títulos públicos, atualmente em US$ 120 bilhões por mês.
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