O dólar comercial subiu 0,55% no pregão desta quinta-feira (16) e fechou o dia cotado a R$ 5,2650. Com o acréscimo desse resultado, a moeda norte-americana agora acumula uma valorização de 1,50% ante o real neste ano. E o que mais pesou na sessão de hoje foi a expectativa do mercado em torno da reunião dos Bancos Centrais (BCs) do Brasil e dos Estados Unidos.
A saber, os BCs devem se reunir na próxima semana para decidir a taxa de juros dos países. A previsão é que o BC do Brasil eleve em 1,0 ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic. Em resumo, uma Selic mais alta impulsiona os juros praticados no país, desaquecendo a economia. Isso ocorre, porque o poder de compra do consumidor diminui, o que tende a reduzir também a “inflação por demanda”.
Aliás, a taxa inflacinária do Brasil segue nas alturas. Nem mesmo as recentes elevações da Selic estão conseguindo segurar o indicador. Isso acontece, porque, além do aumento da demanda, outros fatores impulsionam a inflação, como gastos públicos e incertezas internas. E tudo isso não falta no Brasil.
Em suma, o presidente Jair Bolsonaro pretende elevar o valor médio pago pelo Bolsa Família. No entanto, o mercado teme de onde o governo irá tirar dinheiro para financiar o aumento. Uma das possibilidades consiste no parcelamento dos precatórios, que são dívidas da União determinadas pela Justiça e que não permitem mais recursos.
No entanto, isso aconteceria através do parcelamento das dívidas para os precatórios do ano que vem. Ou seja, o governo reduziria os gastos em 2022, abrindo espaço no teto de gastos públicos para investir no Bolsa Família. Assim, elevaria as despesas para os anos seguintes, e isso preocupa o mercado.
Decisão do Federal Reserve também influencia cotação do dólar
No cenário doméstico, as expectativas giram em torno do forte avanço da Selic. Já no ambiente internacional, os investidores acreditam que o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, manterá a taxa de juros estável. Isso tende a enfraquecer o dólar, ainda mais se o Fed continuar comprando os títulos públicos do país.
Em suma, o banco já sinalizou que reduzirá o volume das compras ainda em 2021. Contudo, a desaceleração econômica global coloca tal ação em xeque. Inclusive, a Delta, variante mais transmissível do novo coronavírus, está elevando os casos e mortes em todo o planeta nos últimos tempos. E os EUA voltaram a registrar o maior número de óbitos diários, próximos dos dois mil, em média.
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