Os investidores preferiram comprar dólares nesta segunda-feira (20) a se desfazerem das suas moedas. Assim, a divisa subiu 0,87% e iniciou a semana cotada a R$ 5,3327. A saber, esse é o maior patamar desde 23 de agosto, quando a moeda fechou o pregão a R$ 5,3802.
Com o acréscimo do resultado, o dólar passa a acumular alta de 2,80% na parcial deste ano ante o real. E o que mais repercutiu no mercado nesta segunda foi a reunião do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, que acontecerá nesta semana.
Em resumo, os investidores acreditam que o Fed manterá a taxa de juros estável. Isso tende a enfraquecer o dólar, ainda mais se o Fed continuar comprando os títulos públicos do país. Por falar nisso, o banco já sinalizou que reduzirá o volume das compras ainda em 2021. Entretanto, a desaceleração econômica global está fazendo os economistas repensarem a ideia.
O que vem causando incertezas é a Delta, variante mais transmissível do novo coronavírus, que está elevando os casos e mortes em todo o planeta nos últimos tempos. E os EUA voltaram a liderar o ranking de maior número de óbitos diários, superando os dois mil, em média.
Dados internos repercutem e influenciam dólar
Além disso, os investidores também repercutiram o início da cobrança da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). De acordo com o governo, o dinheiro arrecado pelo imposto seguirá para o financiamento do Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família.
Como a saúde fiscal do Brasil segue bastante enfraquecida, o mercado não viu com bons olhos esse aumento de impostos. Inclusive, o mercado financeiro elevou pela 24ª semana seguida a inflação do país neste ano, que passou de 8,00% para 8,35%.
Por fim, os investidores também estão atentos à próxima reunião do Comitê de Política Monetária do BC, que ocorrerá nos dias 21 e 22 de setembro. Em suma, os analistas acreditam em uma elevação de 1,0 ponto percentual da Selic. Isso quer dizer que os consumidores pagarão cada vez mais caro no país, obrigando o BC a elevar a Selic.
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