O dólar comercial voltou a subir no pregão desta quinta-feira (10). A moeda norte-americana fechou o dia em alta de 0,29%, cotada a R$ 5,2412. Apesar do avanço, segue acumulando uma forte desvalorização de 5,98% ante o real na parcial de 2022.
Na sessão de hoje, o dólar chegou a ser cotado a R$ 5,1741, caindo 1,01%. Esse foi o menor intradia (cotação durante o dia, antes do fechamento do pregão) desde setembro. No entanto, a divulgação dos dados da inflação nos Estados Unidos impulsionaram a moeda norte-americana, que encerrou a sessão em alta.
De acordo com o Departamento de Comércio dos EUA, a inflação na maior economia do planeta variou 0,6% em janeiro deste ano. A taxa superou as estimativas de analistas, que projetavam uma elevação de 0,4% no mês. Com isso, a inflação norte-americana subiu de 7% para 7,5% no acumulado dos últimos 12 meses e também veio acima do esperado pelo mercado (7,3%).
Todos estes dados elevaram as expectativas de analistas sobre os juros no país. Em suma, a inflação mais alta que o esperado pode pressionar ainda mais o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, a elevar ainda mais os juros no país.
Esse cenário tende a atrair mais investidores, pois os ativos do país passam a apresentar maior rentabilidade. E isso também reflete no dólar, que também tende a ter maior valorização.
No pregão de hoje, a moeda norte-americana não disparou, porque os investidores estão aproveitando os juros altos em outros países. Por exemplo, a taxa de juros no Brasil segue bastante elevada, a 10,75% ao ano, bem acima dos 0,25% nos EUA. Ou seja, os investidores ainda aproveitam os juros altos nos mercados emergentes em vez de recorrer ao dólar apenas pela mera expectativa de alta.
Dados internos também influenciam cotação do dólar
Nesta quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o setor de serviços cresceu 10,9% em 2021. A saber, o setor está 6,6% acima do nível registrado em fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da Covid-19. Aliás, os serviços alcançaram o maior patamar desde agosto de 2015.
Além disso, o IBGE também revelou que o índice de atividades turísticas disparou 21,1% no ano passado. Esse forte avanço aconteceu devido à fraca base comparativa, visto que a crise sanitária afetou expressivamente o turismo mundial. Seja como for, o setor ainda precisa crescer 11,4% para retornar ao nível pré-pandemia.
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