Após a leve queda registrada na semana anterior, o dólar voltou a acumular ganhos na semana. A saber, a moeda norte-americana subiu 0,42% no último pregão da semana e encerrou o dia cotada a R$ 5,6823. Com o acréscimo desse resultado, a divisa acumulou uma valorização de 1,56% na semana.
Vale destacar que o dólar atingiu o maior patamar desde 13 de abril (R$ 5,7175). Aliás, a moeda segue com uma valorização bastante expressiva em 2021, de 9,54%, ante o real. E os últimos acontecimentos só fizeram a divisa ganhar ainda mais força contra a moeda brasileira.
Em primeiro lugar, muitos investidores repercutiram a aprovação da PEC dos Precatórios. Em resumo, o Senado Federal aprovou a proposta na última quinta-feira (2). Contudo, a PEC retornou à Câmara dos Deputados, pois sofreu algumas alterações e precisará passar por nova apreciação na casa legisativa.
A propósito, a PEC adia o pagamento dos precatórios (dívidas da União já reconhecidas pela Justiça) e altera o teto de gastos (regra que limita as despesas do governo à inflação de 12 meses). Com isso, a proposta deverá gerar uma folga fiscal de R$ 106,1 bilhões para o governo gastar em ano eleitoral.
Inclusive, a PEC é a principal aposta governista para pagar o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família. E boa parte do mercado torcia para a aprovação da PEC. Não que a aprovação de mais gastos seja algo positivo, mas, no cenário atual, é a saída menos ruim. Até porque sua reprovação abre um leque de cenários ainda piores do que a própria PEC do ponto de vista fiscal.
Variante ômicron fortalece dólar
Além disso, o dólar segue sofrendo influências do exterior. As preocupações em torno da nova variante da Covid-19, a ômicron, continuam assustando os investidores. Em suma, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a ômicron como uma variante de preocupação e afirmou que a cepa representa um “risco global muito alto”.
Os temores são globais. De acordo com o ministro da Saúde da Alemanha, o país deverá observar “um novo pico de hospitalizações por Covid-19 em UTIs por volta do Natal”. Ele afirmou que a vacinação impediria esse cenário, mas há muita gente que não quer se vacinar no país. Aliás, apenas 10 milhões dos adultos vacinados receberam a dose de reforço na Alemanha, mas há 55 milhões no país.
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