O dólar comercial iniciou o pregão desta sexta-feira (23) em queda, e permanece no campo negativo até o momento. A moeda americana recuava 0,62% às 11h38, cotada a R$ 5,18. Aliás, no pregão de hoje, a divisa ainda não conseguiu subir para o campo positivo.
A saber, os investidores estão repercutindo a divulgação de dados econômicos, tanto internos quanto externos. Em resumo, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos revelou ontem (22) uma subida inesperada dos novos pedidos de auxílio-desemprego no país na última semana.
Apesar de o aumento surpreender as projeções de economistas, não deve alterar o desempenho do mercado de trabalho norte-americano em julho. Na verdade, a criação de vagas deve se manter robusta assim como no mês anterior, quando houve a criação de 850 mil postos de trabalho no país.
Vale destacar que essa elevação ocorreu, principalmente, por causa do aumento de novos casos e óbitos provocados pela Covid-19. A propósito, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem alertando nos últimos dias para essa nova subida, provocada pela variante Delta do novo coronavírus, que é mais transmissível que as demais cepas.
“A variante Delta, em um cenário no qual nem todos têm acesso à vacina, no qual há o aumento da mobilidade de pessoas, com aglomerações, e retirada de medidas de restrição, é uma loteria mortal que estamos jogando”, disse a líder técnica da resposta à pandemia da OMS, Maria Van Kerkhove, no início desta semana.
Dados internos também repercutem entre investidores e influencia dólar
Ao mesmo tempo que os investidores repercutem os dados vindos do exterior, eles não deixam de analisar as informações internas. Nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial do Brasil. E o nível foi o maior para o mês de julho desde 2004.
Por fim, os ventos vindos de Brasília também impactam na cotação dólar. O ministro da Economia, Paulo Guedes, vive um momento de menor autonomia. Isso acontece porque o governo Bolsonaro, que vive o seu pior momento, tenta fortalecer o apoio ao Congresso. E todos os ruídos políticos seguem fortes e ecoando no país.
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