O dólar comercial fechou mais um pregão em queda. Nesta sexta-feira (18), a moeda norte-americana recuou 0,52% e fechou o dia cotada a R$ 5,14. Com isso, a divisa acumulou uma desvalorização de 1,93% na semana. Aliás, esta é a sexta semana consecutiva de queda da moeda estrangeira.
Em suma, os últimos cinco anos foram marcados pela desvalorização do real ante o dólar. No entanto, o cenário é completamente diferente em 2022. Na parcial do ano, a divisa americana acumula uma queda firme de 7,80%, mas ainda segue em um patamar bastante elevado, acima dos R$ 5,00.
Na semana, a escalada de tensão no leste europeu afetou diretamente a cotação do dólar. No início da semana, as preocupações sobre uma possível invasão da Rússia à Ucrânia até preocupou os investidores, mas os juros elevados no Brasil superaram esses temores e o dólar abriu a semana em queda.
Em seguida, a Rússia anunciou a retirada de algumas tropas das regiões de fronteira com a Ucrânia. Isso até trouxe alívio para os investidores e fez o dólar cair para o menor patamar em quase sete meses. Contudo, apesar do anúncio, não houve um desfecho para a situação.
Nos últimos dias, os Estados Unidos vêm acusando a Rússia de apenas movimentar os soldados para outras partes da fronteira, sem realmente retirá-los da região. A percepção dos EUA é que pode ocorrer uma invasão russa à Ucrânia a qualquer momento. Isso até fortalece o dólar, mas as condições do Brasil estão prevalecendo nas últimas semanas e fazendo a moeda americana afundar.
Juros altos no Brasil enfraquecem o dólar
Em momentos de incertezas geopolíticas e econômicas, os investidores tendem a recorrer ao dólar. Isso porque a moeda norte-americana é tida como um porto seguro para o mercado acionário.
No entanto, o Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros do Brasil para o maior patamar em quase cinco anos. Em resumo, a taxa chegou a 10,75% ao ano e isso aumenta a atratividade dos ativos domésticos atrelados à Selic, que é a taxa de juros.
Isso vem fortalecendo o real ante o dólar nas últimas semanas. Como a expectativa dos analistas é de mais avanços da Selic no decorrer do ano, o real pode continuar avançando em 2022. Por outro lado, os juros nos EUA também começarão a subir no próximo mês. Resta saber qual dos dois cenários atrairão mais investidores neste ano.