O dólar comercial fechou o pregão desta quinta-feira (17) em queda firme de 1,15%, cotado a R$ 5,0338. Com isso, a moeda norte-americana aumentou sua desvalorização ante o real para 9,70% na parcial de 2022.
Em resumo, o que mais repercutiu na sessão foi a elevação dos juros promovida pelo Brasil e pelos Estados Unidos. Na verdade, a expectativa com estas decisões pesou na cotação da dólar nos últimos pregões. E a confirmação do aperto monetário em ambos os países enfraqueceu a divisa nesta quinta.
Na véspera, o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, elevou a taxa de juros no país pela primeira vez desde 2018. O avanço veio em linha com as projeções de analistas e não será o único de 2022. De acordo com o Fed, a taxa de juros deverá encerrar o ano entre 1,75% e 2%. Seu principal objetivo é conter a inflação cada vez mais elevada nos Estados Unidos.
No Brasil, o BC também elevou os juros na véspera, mas a decisão só foi anunciada após o fechamento do pregão. Por isso, a repercussão da decisão só pôde ser sentida hoje. E os investidores reagiram à elevação deixando o dólar de lado e buscando o real.
Em suma, o BC elevou pela nona vez consecutiva o juro básico da economia brasileira. Com a alta de 1,0 ponto percentual (p.p.), a Selic passou de 10,75% para 11,75% ao ano, maior patamar desde abril de 2017. A decisão também veio em linha com as projeções de analistas.
Guerra entre Rússia e Ucrânia também repercute no dia
Além disso, os investidores continuam atentos à guerra entre Rússia e Ucrânia. Por um lado, os conflitos no leste europeu tendem a prejudicar todo o planeta, pressionando ainda mais os preços de diversos itens e impulsionando a inflação.
Em síntese, a guerra desestabiliza os mercados internacionais devido à alta dos preços de importantes commodities, como petróleo e trigo. Contudo, isso vem beneficiando o Brasil, porque este o país é um grande exportador global de commodities. Isso explica a valorização do real ante o dólar.
Por fim, o BC revelou nesta quinta que a atividade econômica do país recuou 0,99% em janeiro. A queda é a primeira desde setembro e a maior desde março do ano passado (-1,67%). Aliás, o recuo também veio mais forte que o esperado pelo mercado, cuja mediana das projeções indicava retração de 0,2% no mês.
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