O dólar comercial está operando em queda nesta terça-feira (16), após a forte alta de 1,43% na sessão de ontem (15). A saber, os conhecidos problemas políticos e fiscais do Brasil continuam pesando no pregão de hoje. Além disso, há bastante expectativa sobre as definições da política monetária interna e dos Estados Unidos.
Em resumo, há muita repercussão em torno da “super quarta”. Isso porque muitos investidores estão aguardando ansiosamente pelo dia de amanhã (17), data em que tanto o Brasil quanto os Estados Unidos devem definir suas políticas monetárias. Espera-se uma elevação da taxa básica de juros do Brasil, a taxa Selic, que passou 2020 em sua mínima histórica (2,0%).
Também vale ressaltar todos desdobramentos envolvendo a saída de Eduardo Pazuello do cargo de Ministro da Saúde do governo Bolsonaro. Aliás, o médico Marcelo Queiroga já foi anunciado como seu substituto. A propósito, o médico é o quarto ministro a assumir a pasta da saúde no governo apenas durante a pandemia da Covid-19. E isso aconteceu justamente por divergências dos antigos ministros com o presidente em relação às formas de enfrentar a pandemia.
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A crise sanitária preocupa os investidores, devido aos recorrentes recordes superados de casos e mortes provocados pela Covid-19 no Brasil. Aqui, a vacinação continua andando num ritmo muito mais lento que o desejado. Diversos estados estão com seus sistemas de saúde entrando em colapso, com pessoas morrendo em filas de espera por uma vaga em hospitais.
Nesta terça, a divulgação do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) deu mais força às projeções de economistas, que indicam a primeira alta de juros no Brasil em 7 anos. O IGP-10 subiu 2,99% em março, puxado pela alta da gasolina.
Por fim, do cenário externo, o pacote de estímulos fiscais dos Estados Unidos de US$ 1,9 trilhão continua no radar dos investidores. Os mercados globais estão ansiosos por essa enxurrada de dólares, que beneficiará não só a economia dos EUA, mas também a de seus parceiros comerciais.
E todo esse cenário misto está fazendo o dólar recuar. Dessa forma, por volta das 11h10, a moeda americana tinha queda de 1,13%, cotada a R$ 5,576.
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