O dólar comercial iniciou a semana caindo 0,81%. Com isso, a moeda norte-americana encerrou o pregão desta segunda-feira (13) cotada a R$ 5,2236. Agora, a divisa acumula valorização de 1,04% em setembro e de 0,70% na parcial de 2021 ante o real.
Nesta segunda, os investidores repercutiram a retórica mais branda do presidente Jair Bolsonaro. Após os atos de 7 de Setembro, com o presidente proferindo palavras golpistas, enquanto seus apoiadores defendiam ações antidemocráticas, Bolsonaro passou a assumir um comportamento mais comedido.
Na última quinta-feira (9), assinou uma nota escrita pelo ex-presidente Michel Temer, afirmando que não possuía intenção de atacar os Poderes. O texto intitulado “Declaração à Nação” não se parece em nada com o pronunciamento do presidente em São Paulo no feriado da Independência do Brasil.
No evento, Bolsonaro afirmou que não cumpriria mais nenhuma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Tais declarações fizeram o presidente do STF, ministro Luiz Fux, afirmar que isso “além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional”.
Talvez Bolsonaro tenha tido medo do processo, talvez tenha refletido e decidido apagar a fogueira que ele mesmo incendiou. Seja como for, o presidente do Brasil passou a assumir uma retórica mais amena. Aliás, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou ontem (12) que tem “muita expectativa e confiança” que a carta de Bolsonaro impulsione a harmonia entre os Poderes.
Expectativa do mercado segue cada vez menos positiva para o Brasil
Além disso, a cotação do dólar também foi influencida pela divulgação do Relatório Focus pelo Banco do Brasil (BC). Em resumo, os analistas do mercado financeiro elevaram pela 23ª semana a estimativa para a inflação do Brasil neste ano, chegando a expressivos 8%. A saber, a meta para 2021 é de 3,25%.
Ao mesmo tempo, o mercado também reduziu a expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Com a quinta retração consecutiva, a economia do país deve crescer 5,04%. Inclusive, os analistas também acreditam em um PIB mais fraco em 2022.
Por fim, a projeção para o dólar subiu para R$ 5,20. Da mesma forma, os analistas também apontam para uma taxa Selic mais alta. Em suma, a Selic é a taxa básica de juros do Brasil, e seu avanço acontece justamente para tentar segurar a inflação. Assim, reduz o poder de compra do consumidor, limitando a alta da “inflação por demanda”.
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