O dólar iniciou a semana em leve queda de 0,09%, cotado a R$ 5,1888. Com o acréscimo desse resultado, a moeda americana passa a acumular retração de 0,40% em agosto, mas ainda avança na parcial de 2021 (0,03%) ante o real, mesmo que de maneira bastante tímida.
Em resumo, a semana começou bem parecida com a anterior. Os riscos internos continuam latentes no mercado. Em primeiro lugar, a inflação do país segue expressiva e preocupa cada vez mais os investidores. Isso porque o Banco Central, ao tentar segurar as fortes altas da inflação, vem elevando a taxa básica de juros do país, a Selic.
A saber, uma Selic mais alta também eleva os juros praticados no país, incluindo grandes setores, como o bancário e o imobiliário. Dessa forma, a taxa funciona como um instrumento para reduzir o consumo, diminuindo também a “inflação por demanda”.
Além disso, a Selic mais alta torna os títulos públicos do país mais atraentes, pois eles começam a pagar mais devido aos juros. Como consequência, o real se valoriza diante do dólar e o preço da moeda americana cai. No entanto, mesmo com as recentes altas da Selic, a divisa norte-americana teima em recuar, principalmente por causa dos riscos internos.
Também vale destacar a entregou à Câmara dos Medida Provisória do novo Bolsa Família. Para tentar ganhar votos para a eleição de 2022, o presidente Jair Bolsonaro vem adotando uma medida mais populistas. Mas isso não agrada os investidores. Ao mesmo tempo, o mercado teme de onde o governo retirará dinheiro para financiar a turbinada do programa assistencial. E a saúde fiscal do Brasil fica cada vez mais debilitada.
Divulgação de dados econômicos também repercutem no pregão
Nesta segunda, o Banco Central divulgou a nova atualização do Relatório Focus. Em suma, os analistas seguem elevando suas projeções para a inflação neste ano. Em contrapartida, acreditam num crescimento menor do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O dólar, por sua vez, deve encerrar 2021 cotado a R$ 5,15, valor próximo à cotação atual. E a Selic, que está em 5,25%, subirá até 7,50%, segundo as estimativas.
Os investidores ainda repercutiram a participação de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, no simpósio econômico anual de Jackson Hole (EUA) na última sexta-feira (27). No evento, Powell não sinalizou quando o banco reduzirá a compra de títulos públicos, mas reafirmou que os juros no país só deve subir em 2023.
Por fim, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que mede a inflação do aluguel. A saber, o índice desacelerou em agosto, mas acumula forte avanço em 2021. Já a confiança do comércio caiu levemente neste mês, acendendo o sinal de alerta para o ritmo de recuperação do setor. E a confiança de serviços atingiu o maior valor desde setembro de 2013.
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