O dólar comercial iniciou a semana em leve alta de 0,13%, cotado a R$ 5,6898. A saber, esse é o maior patamar da moeda norte-americana desde 13 de abril (R$ 5,7175). Com o acréscimo do resultado, a divisa passa a acumular uma valorização de 9,69% ante o real em 2021.
Nesta segunda-feira (6), fatores externos pesaram para a alta do dólar. Em resumo, os investidores ficaram mais atentos ao Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos. Isso porque o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou na semana passada que os estímulos injetados na economia norte-americana pelo banco podem acabar antes do esperado.
Na verdade, o Fed anunciou no início de novembro o processo de redução das recompras de títulos públicos. À época, o banco afirmou que manteria o ritmo de reduções em US$ 15 bilhões por mês. Contudo, Powell afirmou que a próxima reunião do Fed pode definir uma aceleração para essa redução.
Quando isso ocorrer, o Fed poderá começar a elevar os juros no país, que estão em níveis baixíssimos desde o início da pandemia da Covid-19. No entanto, a inflação no país não para de subir, e os juros mais altos servem para segurar a taxa inflacionária.
Tudo isso afeta a cotação do dólar, pois juros mais elevados nos EUA tornam a moeda americana mais atraente. Nesse cenário, os países emergentes, como o Brasil, são os que mais sofrem. Em suma, os investidores gostam de apostar em moedas mais atraentes, e isso é ainda melhor quando é de um país desenvolvido como os EUA.
Fatores domésticos também influenciam dólar
No cenário doméstico, muitos investidores continuaram atentos à PEC dos Precatórios, aprovada na semana passada no Senado Federal. Contudo, a proposta retornou à Câmara dos Deputados, onde já havia sido aprovada, pois sofreu algumas alterações e precisará passar por nova apreciação na casa legisativa.
Por fim, o Banco Central (BC) divulgou também nesta segunda as novas projeções do mercado financeiro para a economia brasileira. Em suma, os analistas elevaram pela 35ª semana consecutiva a estimativa para a inflação do país neste ano, que deve chegar a 10,18%.
Em contrapartida, os economistas reduziram pela oitava semana seguida a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que encerrará 2021 com um crescimento de 4,71%, segundo as previsões. Já o dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 5,55, enquanto os juros básicos do país deverão alcançar 9,25%.
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