O dólar comercial acumulou expressiva alta de 3,22% na semana passada. No entanto, a moeda norte-americana iniciou esta semana em forte queda de 1,27%, cotada a R$ 5,5566. Apesar do recuo firme de hoje, a divisa ainda acumula uma valorização de 7,12% neste ano ante o real.
Vale destacar que não houve melhora em indicadores do país para o dólar cair. Na verdade, a moeda tombou porque o mercado acredita que a inflação no Brasil ficará ainda mais elevada do que o esperado. E tudo graças ao Auxílio Brasil, que colocará a saúde fiscal do país em uma situação ainda mais complicada.
Em resumo, o programa assistencial entrará em vigor no país a partir de novembro e terá o valor de R$ 400 até dezembro de 2022. O objetivo do benefício é angariar mais votos para o presidente Jair Bolsonaro para as eleições presidenciais de 2022. Contudo, o aumento de gastos públicos impulsiona a inflação do país.
Nesse sentido, o Banco Central (BC) age para impedir fortes avanços da inflação. Assim, eleva a taxa básica de juros do país, a Selic. E a expectativa é que o BC aumente a Selic em 1,25 ponto percentual na próxima reunião, que acontecerá na quarta-feira (27). Em suma, uma Selic mais alta torna o real mais atrativo que o dólar. E é foi justamente em meio a essa expectativa de forte alta da Selic que o dólar tombou nesta segunda.
Veja o que mais influenciou o dólar nesta segunda
O que mais repercutiu entre os investidores no pregão de hoje foram notícias domésticas. A saber, o BC divulgou as novas estimativas de mais de cem instituições financeiras sobre a economia do Brasil. Pela 29ª semana consecutiva, os analistas elevaram a inflação do país, que deve chegar a 8,96% até o final do ano.
Em contrapartida, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021 caiu pela segunda semana seguida, de 5,01% para 4,97%. Aliás, a estimativa para 2022 também recuou (1,50% para 1,40%), terceira queda consecutiva, bem como para 2023 (2,10% para 2,00%) e 2024 (2,50% para 2,25%).
Por fim, os analistas acreditam que o dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 5,45, o que corresponde a uma alta de R$ 0,20 em apenas uma semana. As projeções também indicam alta da divisa para os três anos seguidos: 2022 (R$ 5,25 para R$ 5,45), 2023 (R$ 5,10 para R$ 5,20) e 2024 (R$ 5,07 para R$ 5,10).
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