O dólar comercial iniciou esta semana em forte alta. A saber, a moeda norte-americana fechou o pregão desta segunda-feira (18) subindo 1,23%, cotada a R$ 5,5194. Na parcial de 2021, a divisa acumula valorização de 6,40% ante o real.
Em resumo, as preocupações globais se intensificaram nesta segunda. Isso aconteceu devido à divulgação de dados econômicos fracos dos Estados Unidos e da China. Além disso, o dia também ficou marcado pela elevação do temor em relação à inflação global, que segue impulsionada pelos preços da energia.
Em relação aos Estados Unidos, a produção industrial do país caiu 1,3% em setembro. Esse é o segundo recuo seguido, visto que a indústria norte-americana caiu 0,1% em agosto. E ambos os resultados negativos ocorreram, principalmente, por causa do furacão Ida, que atingiu fortemente a costa sul dos Estados Unidos.
Dessa forma, houve interrupção na produção de diversos setores industriais importantes. Aliás, a passagem do furacão limitou a produção industrial dos EUA em 0,6 ponto percentual no mês passado. Ao mesmo tempo, a escassez global de semicondutores continua afetando a produção de automóveis em todo o planeta.
Já a principal notícia que veio da China foi a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu 4,9% no terceiro trimestre. O avanço ficou abaixo das expectativas de analistas (5,0%) e indica uma forte desaceleração em relação aos primeiros trimestre deste ano. Em suma, a economia chinesa cresceu 18,3% entre janeiro e março e 7,9% entre abril e junho.
Veja o que mais impactou a cotação do dólar nesta segunda
Estas notícias internacionais fortaleceram o dólar. A saber, os EUA e a China são as maiores economias do planeta. Por isso, dados negativos vindos de ambos lançam no ar um pessimismo enorme. Se até mesmo os maiores países do mundo estão passando por desaceleração econômica, imagina todos os outros. Nesse cenário, os investidores recorrer ao dólar devido à sua segurança.
No cenário doméstico, o Banco Central (BC) até tentou evitar esse resultado, mas não conseguiu. Em síntese, o BC realizou ofertas extraordinárias de até US$ 1 bilhão em contratos de swap cambial tradicional nesta segunda. No entanto, nem mesmo essa injeção no mercado de câmbio incentivou os investidores a se desfazerem do dólar e buscarem o real. Inclusive, na semana passada, o BC fez essa injeção em três pregões.
Por fim, o BC também informou nesta segunda que os analistas do mercado financeiro elevaram pela 28ª semana consecutiva a projeção para a inflação do país em 2021. Em contrapartida, o Relatório Focus revelou que as instituições financeiras voltaram a reduzir as estimativas para o crescimento do PIB brasileiro neste ano. Já o dólar deve encerrar o ano a R$ 5,25, taxa bem menor que o patamar atual.
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