Após fechar a oitava semana consecutiva em queda, o dólar iniciou esta semana em forte alta de 1,30%, cotado a R$ 5,1195. Com isso, a moeda norte-americana reduziu as perdas mensais para 0,71%. No entanto, ainda acumula uma forte desvalorização de 8,17% ante o real na parcial de 2022.
Em suma, o que mais repercutiu no pregão desta segunda-feira (14) foram as expectativas em relação à próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A saber, o encontro ocorrerá na próxima quarta-feira (16) para definir a política monetária do país.
Na semana passada, a Petrobras elevou em 24,9% o preço do litro do diesel e em 18,8% o da gasolina nas distribuidoras do país. Com isso, o mercado passou a estimar uma inflação bem mais expressiva em 2022, saltando de 5,65% para 6,45% na atualização do relatório Focus, divulgado pelo BC.
Aliás, no ano passado, os combustíveis foram os “vilões da inflação”, acumulando alta de 49,02%, enquanto a taxa inflacionária do país subiu bem menos (10,06%). Em outras palavras, a alta dos combustíveis deverá pressionar o Copom a elevar mais do que o esperado a taxa básica de juros do país. Por isso que a reunião do órgão repercutiu tanto no pregão de hoje.
Guerra entre Rússia e Ucrânia também impulsiona dólar
Além disso, os investidores continuaram atentos à guerra entre Rússia e Ucrânia. Em resumo, o ministro da Saúde do Reino Unido, Sajid Javid, afirmou hoje que lançamento de mísseis russos em território da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) poderia ser considerado um ato de guerra.
A escalada da tensão no leste europeu segue desestabilizando os mercados internacionais. Uma das principais consequências dos conflitos é a alta dos preços de importantes commodities, como o petróleo, o trigo e o açúcar. Embora este cenário seja ruim para o planeta, visto que a inflação global tende a subir ainda mais, o Brasil vem se beneficiando por ser um grande exportador de commodities.
Contudo, nem mesmo isso impediu a disparada do dólar nesta segunda. Na verdade, no último sábado (12), a Rússia ameaçou destruir carregamentos de armas internacionais que tentassem chegar à Ucrânia. E se isso ocorrer em algum país membro da Otan, os conflitos devem ficar ainda mais intensos na região.