Ao que parece, o dólar não cederá tão facilmente quanto o esperado pelos investidores mais otimistas. A moeda norte-americana iniciou mais uma semana em alta devido ao cenário internacional mais cauteloso e o doméstico ainda bastante preocupante.
Nesta segunda-feira (11), o dólar avançou 0,39% e encerrou o pregão cotado a R$ 5,5366. A saber, essa é a maior cotação de fechamento da divisa desde 20 de abril (R$ 5,5563). Aliás, neste ano, a moeda acumula uma valorização de 6,74% ante o real.
Em resumo, fatores internos e externos contribuíram para o resultado. No cenário doméstico, continuam as preocupações de sempre. O Brasil vem sofrendo com uma inflação elevada, que acaba impulsionando a taxa básica de juros, justamente para evitar um avanço ainda maior da taxa inflacionária.
Além disso, o país continua passado por uma forte crise hídrica,que resulta em muitas dificuldades energéticas. Os motoristas também estão pagando cada vez mais caro pelo combustível, enquanto os reajustes salariais diminuem a cada mês.
Em meio a tudo isso, o governo federal segue empenhado para aumentar o valor pago pelo Bolsa Família, que receberá o nome de Auxílio Brasil. Em suma, essa elevação de gastos preocupa os investidores, pois a saúde fiscal do Brasil segue mal das pernas há tempos. E o resultado de tudo isso é o enfraquecimento do real e o consequente fortalecimento do dólar.
Exterior também impulsiona dólar nesta segunda
Enquanto o cenário doméstico derrubava o real, o exterior impulsionava o dólar. A saber, os juros da dívida americana a longo prazo voltaram a ultrapassar o nível de 1,6%. Nesse cenário, o dólar ganha força, porque os retornos financeiros crescem para os investidores que buscam a moeda norte-americana.
Isso aconteceu, em grande parte, graças a Jerome Powell, o presidente do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA. Em síntese, Powell continua sinalizando que as compras de títulos americanos, realizadas pelo Fed desde março do ano passado, começarão a ser reduzidas. Isso quer dizer que a chuva de dólares ficará cada vez menor, até cessar de vez.
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