O dólar comercial iniciou a semana mais caro. A saber, a moeda americana encerrou o pregão desta segunda-feira (5) com alta de 0,65%, cotada a R$ 5,0866. Com o acréscimo desse resultado, a divisa passa a acumular alta de 2,29% no mês e reduziu a queda na parcial de 2021 para -1,94% ante o real.
Em resumo, a disseminação da variante Delta do novo coronavírus vem provocando um temor global há dias. Isso porque essa cepa é mais contagiosa e agressiva que as outras. Por isso, a pandemia da Covid-19 vem fortalecendo o dólar nos últimos dias.
Outro fator externo que ajudou a aumentar as preocupações dos investidores nesta segunda foi a divulgação dos dados do setor de serviços da China. Em suma, a segunda maior economia global apresentou uma forte desaceleração em junho, atingindo o menor nível em 14 meses. Isso também foi provocado pelo crescimento de casos da Covid-19 em algumas províncias chinesas.
Fatores internos ajudam o dólar
Além disso, o ambiente doméstico não está ajudando muito, principalmente por causa dos desdobramentos da CPI da Covid. Em síntese, a comissão analisa os atos e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia da Covid-19. E os últimos dias trouxeram diversos fatos que precisam de investigação.
A saber, depoentes afirmaram haver esquemas de propina na compra de vacinas contra a Covid-19. Isso envolve até acusações ao presidente Jair Bolsonaro, que supostamente sabia de atos suspeitos, mas não fez nada para impedi-los.
Isso fez 46 signatários protocolarem na última quarta-feira (30) um “superpedido” de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, que está sendo acusado de prevaricação. O pedido unificou argumentos dos outros 123 pedidos já apresentados contra o presidente.
Por fim, nesta segunda, analistas do mercado financeiro elevaram as estimativas para a inflação deste ano pela décima terceira semana seguida. Com o acréscimo, a taxa subiu para 6,07%, taxa muito superior à meta de 3,75%. Da mesma forma, as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro também subiram (5,05% para 5,18%).
Em contrapartida, o dólar deve encerrar o ano custando R$ 5,04, ante previsão de R$ 5,10 na última atualização. Para que isso aconteça, a moeda americana precisa voltar a cair ao invés de subir, como vem fazendo nas últimas sessões.
Leia Mais: Preços da gasolina e do diesel ficam mais caros a partir de amanhã (6)