O dólar comercial iniciou a semana em alta de 0,74%, cotado a R$ 5,6742. A moeda norte-americana acumulou ganhos de 1,04% na primeira semana de 2022, e continua sua trajetória ascendente no primeiro pregão desta semana. No ano, a divisa tem valorização de 1,78%.
Nesta segunda, os investidores continuaram repercutindo as decisões do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estado Unidos. Isso porque o BC norte-americano divulgou na semana passada a ata da sua última reunião, que definiu para março o encerramento dos estímulos na economia do país.
Além disso, o documento revelou que os juros no país podem subir mais fortemente do que o esperado no ano. Em resumo, a inflação nos EUA segue bastante elevada e o Fed sofre pressão para aumentar os juros, pois eles conseguem conter a disparada da inflação.
Nesse cenário com juros mais altos, também há elevação da rentabilidade dos títulos soberanos do país, considerados o ativo mais seguro do planeta. Dessa forma, a tendência é que haja aumento do ingresso de recursos nos EUA, o que fortalece o dólar, visto que os investidores conseguem ter bons rendimentos e bastante segurança.
Cenário doméstico também influencia a cotação do dólar
No cenário doméstico, os investidores também repercutiram a nova atualização do relatório Focus, divulgado pelo Banco Central (BC). A publicação traz estimativas de mais de 100 instituições financeiras sobre a economia do Brasil.
A saber, os analistas reduziram mais uma vez as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022, para apenas 0,28%. Aliás, essa é a terceira semana seguida de queda da taxa, o que indica que o mercado está cada vez menos otimista com a recuperação econômica do país.
Já em relação à inflação, os analistas estimam que a taxa ficará em 5,03% em 2022, superando a meta definida, de 3,50%. Por sua vez, a Taxa Selic, que representa os juros básicos do país, deve encerrar 2022 a 11,75% ao ano.
Em síntese, o BC elevou a Selic sete vezes apenas em 2021 para tentar segurar o avanço da inflação. Com os juros mais elevados, o poder de compra do consumidor cai e desaquece a economia. Por isso que o PIB deve crescer tão pouco neste ano, uma vez que o principal foco do BC é conter a disparada da inflação.
Por fim, os analistas acreditam que o dólar encerrará o ano cotado a R$ 5,60. Caso os cenários doméstico e internacional continuem tensos, é bem provável que a moeda americana encerre o sexto ano consecutivo acumulando ganhos ante o real.
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