O dólar comercial iniciou a semana em forte alta. A saber, a moeda norte-americana subiu 1,43% nesta segunda-feira (4) e fechou o pregão cotada a R$ 5,4450. Com isso, a divisa agora acumula alta de 4,97% na parcial de 2021 ante o real.
Em resumo, o dia ficou marcado pelo aumento do mau humor global. Isso aconteceu devido a informações negativas vindas da Ásia, da Europa e dos EUA. Hoje, a Evergrande, segunda maior empresa do setor imobiliário chinês, suspendeu suas operações na Bolsa de Hong Kong.
A propósito, as ações da empresa acumulam perdas de quase 80% desde o início deste ano. Na verdade, a Evergrande está à beira de um colapso, com iminente declaração de falência. Inclusive, autoridades da China pediram há alguns dias aos governos locais que se preparassem para a quebra da gigante imobiliária.
Já da Europa, o que mais repercutiu no mercado foi a inflação na zona do euro, que atingiu o maior patamar em 13 anos. Isso derrubou o sentimento dos investidores da zona pelo terceiro mês seguido, caindo para o nível mais baixo desde abril. Inclusive, as expectativas econômicas para a região estão cada vez mais fracas.
Como se isso não fosse suficiente, os mercados nos Estados Unidos também ficaram negativos devido ao Facebook. Em suma, os papéis da companhia despencaram mais de 5% após revelação da identidade de ex-funcionária que afirmou que a empresa coloca lucros acima da segurança. Os serviços da plataforma também caíram na tarde desta segunda.
Cenário interno também influencia dólar
Ao analisar o cenário internacional, percebe-se que o dia não estava para busca de ativos de risco. No entanto, a situação fica ainda mais complicada ao se considerar a situação do Brasil, que é autossuficiente em produzir problemas.
Em síntese, o mercado financeiro elevou pela 26ª semana seguida a estimativa para a inflação do país em 2021. A saber, economistas de mais de cem instituições financeiras acreditam que a taxa inflacionária do país encerrará o ano em 8,51%. Enquanto isso, o Produto Interno Bruto (PIB) continuou estável após semanas de queda.
Por fim, a população do Brasil continua sofrendo com inflação alta, taxa básica de juros subindo, crise hídrica e energética, combustível mais caro e reajustes salariais cada vez menores. Não é de se estranhar que o real continue apanhando para o dólar.
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