O dólar comercial começa a semana mais caro. No pregão desta segunda-feira (15), a moeda norte-americana ganhava impulso com questões internas, como definição da política monetária interna, além dos conhecidos problemas fiscais e políticos, que ganharam novos contornos recentemente. A pandemia da Covid-19 também continua no radar dos investidores.
A saber, o mercado está com as expectativas elevadas em torno da “super quarta”. Isso porque no próximo dia 17 a política monetária, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, deve ser definida. Espera-se uma elevação da taxa básica de juros, a taxa Selic, que passou 2020 em sua mínima histórica, de 2,00%.
Agora, os economistas acreditam que a taxa deve crescer. Aliás, segundo analistas do mercado financeiro, a Selic deve encerrar o ano em 4,50%. Essa informação está presente no relatório Focus, divulgado hoje pelo Banco Central (BC). Além disso, no documento, as projeções também indicaram uma elevação de 3,98% para 4,60% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país. Enquanto isso, os economistas também elevaram as projeções para o dólar, que deve encerrar o ano cotado a R$ 5,30.
A propósito, nesta segunda, por volta das 10h15, o dólar comercial subia 0,96%, cotado a R$ 5,6133. Na semana passada, a moeda acumulou queda de 2,15%, a maior perda semanal desde 4 de dezembro. No entanto, tem valorização de 7,18% em 2021 ante o real.
Outras questões impulsionam dólar
No âmbito doméstico, a saúde fiscal do Brasil continua preocupando. Não há como deixar de lado os recorrentes recordes superados de casos e mortes provocados pela Covid-19 no Brasil. Aqui, a vacinação continua avançando num ritmo muito mais lento que o desejado. Diversos estados estão com seus sistemas de saúde entrando em colapso, com pessoas morrendo em filas de espera por uma vaga em hospitais.
Na semana passada, houve a conclusão da votação da PEC Emergencial na Câmara dos Deputados. O texto-base foi preservado, apesar de pressões do presidente Jair Bolsonaro para excluir os policiais do congelamento de salários. O dispositivo estabelece mecanismos em caso de descumprimento do teto de gastos públicos, além de viabilizar o retorno do Auxílio Emergencial.
Por fim, do cenário externo, o pacote de estímulos fiscais dos Estados Unidos de US$ 1,9 trilhão continua no radar dos investidores. Os mercados globais estão ansiosos por essa enxurrada de dólares, que beneficiará não só a economia dos EUA, mas também a de seus parceiros comerciais.
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