O dólar continua alcançando patamares cada vez mais elevados. A saber, a maior cotação já registrada da moeda norte-americana ocorreu em 9 de março deste ano, quando encerrou o dia a R$ 5,7919. Nesta segunda-feira (1º), a divisa subiu 0,40% e fechou o dia cotada a R$ 5,67, ou seja, a moeda se aproxima ainda mais do seu recorde histórico.
Vale destacar que o atual valor do dólar comercial é o mais elevado desde 14 de abril (R$ 5,6704). Aliás, a divisa acumula uma valorização de 9,31% ante o real neste ano, da qual boa parte foi alcançada em setembro e outubro. E o cenário do país pode fazer a moeda subir ainda mais em novembro.
Em resumo, o governo federal lançou o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família. O programa entrou em vigor no país agora, em novembro, e disponibilizará R$ 400 aos beneficiários, mas apenas em dezembro. Na verdade, o governo ainda não tem meios concretos de financiar o programa. Por isso, o valor será de apenas R$ 220 neste mês.
A intenção do governo é utilizar a PEC dos Precatórios para pagar as parcelas de R$ 400 aos beneficiários. O problema é que a PEC ainda está na Câmara dos Deputados para ser votada. Inclusive, a votação está marcada para esta semana, e a expectativa é que a proposta abra um espaço de R$ 91,6 bilhões no teto de gastos públicos. Isso quer dizer que esse valor poderá seguir para o Auxílio Brasil.
Veja o que mais influenciou a cotação do dólar nesta segunda
A saber, o aumento de gastos públicos impulsiona a inflação no país, que está nas alturas. Para conter a inflação, o Banco Central (BC) eleva os juros básicos do país, a Selic. Na semana passada, o BC aumentou a taxa em 1,5 ponto percentual, para 7,75%, maior patamar desde 2017.
Em suma, uma Selic mais elevada impulsiona os juros praticados no país, reduzindo o poder de compra do consumidor. A intenção dessa medida é desaquecer a economia e reduzir a chamada inflação por demanda. No entanto, outros fatores pressionam a inflação, como aumento de gastos públicos e o dólar, que está em nível bastante elevado.
Por fim, o mercado financeiro elevou pela 30ª semana consecutiva a projeção para a inflação do país neste ano. Na atualização, a média de estimativas das mais de cem instituições financeiras ouvidas aponta uma taxa inflacionária de 9,17% em 2021. Em contrapartida, o mercado financeiro aponta para um Produto Interno Bruto (PIB) cada vez menor. Eles também acreditam que o dólar encerrará o ano a R$ 5,50 e a Selic chegará a 9,25%.
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