O dólar comercial encerrou a oitava semana consecutiva em queda. A saber, a moeda norte-americana até subiu no último pregão da semana (+0,76%), mas isso não impediu a desvalorização de 0,47% acumulada nos pregões. Agora, a divisa está com uma desvalorização de 9,34% ante o real na parcial de 2022.
Nesta semana, dois principais fatores dominaram as sessões: a guerra entre Rússia e Ucrânia e a decisão de bancos centrais sobre a política monetária de grandes economias globais.
Em primeiro lugar, os conflitos na Ucrânia continuam no radar dos investidores. No decorrer da semana, houve mais tentativas de um acordo com a Rússia, mas os países não chegaram a esse desfecho
A guerra no leste europeu vem provocando um impacto econômico global, desestabilizando os mercados internacionais. Além disso, os conflitos e toda a tensão provocada está elevando expressivamente os preços de importantes commodities, como o petróleo, o trigo e o açúcar.
E é justamente este fator que vem impulsionando o real em detrimento do dólar. Embora o risco de elevação da inflação global esteja cada vez maior, as moedas de grandes exportadores de commodities vêm se beneficiando com a redução da oferta internacional destes produtos.
A propósito, a Rússia proibiu a exportação de mais de 200 produtos em resposta às sanções impostas por países ocidentais. Entre os itens, estão equipamentos médicos, agrícolas, elétricos e de telecomunicação. Por isso, o real vem ganhando força nos últimos dias, mesmo com o aumento da tensão global, que tende a impulsionar o dólar.
Política monetária também influencia o dólar
Como o risco de aumento da inflação é dado como certo, diversos países estão discutindo os próximos passos da sua política monetária. Nesta semana, os investidores ficaram de olho nos Estados Unidos e no Reino Unido, que deverão revela suas decisões na próxima semana.
Quanto mais elevados os juros, mas atraentes ficam os ativos atrelados a papéis do governo. Assim, os países acabam atraindo mais investimentos estrangeiros, e é justamente isso que vem acontecendo no Brasil, onde os juros estão a 10,75% ao ano. Por exemplo, nos EUA, a taxa dos juros está entre 0% e 0,25% ao ano, ou seja, o Brasil está bem mais atrativo neste ponto de vista.
Contudo, os investidores analisam outros fatores antes de decidir onde colocar seu dinheiro, como risco fiscal. E o Brasil enfrenta problemas graves neste cenário. Ainda mais com o aumento dos preços dos combustíveis e as notícias sobre o benefício que o governo aprovou para reduzir os custos para classes trabalhistas específicas.
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