Os brasileiros já estavam acostumados com o dólar cotado a mais de R$ 5,00. No entanto, a moeda norte-americana recuou nesta segunda-feira (21) para o menor patamar de fechamento em mais de oito meses.
A saber, o dólar caiu 1,43% no pregão de hoje e encerrou o dia cotado a R$ 5,9440. Este é o menor nível da divisa desde 30 de junho (R$ 4,9728). Aliás, é a primeira vez neste período que a moeda fecha uma sessão abaixo dos R$ 5,00.
Em 2021, o dólar registrou o quinto ano consecutivo de valorização ante o real. Desde a decretação da pandemia da Covid-19, em março de 2020, o real acabou perdendo ainda mais força para a moeda americana. Contudo, isso vem mudando em 2022.
Neste ano, a divisa estrangeira acumulou nove semanas consecutivas de queda em relação ao real. Isso explica a cotação abaixo dos R$ 5,00, até porque o dólar iniciou o ano em alta, chegando a R$ 5,71 no terceiro pregão de 2022.
No entanto, com o acréscimo dos recorrentes recuos, a moeda americana acumula uma forte desvalorização de 11,32% ante o real na parcial deste ano. Inclusive, o real brasileiro tem o melhor desempenho global ante o dólar neste ano.
Veja o que vem impulsionando o real em 2022
No pregão de hoje, os investidores continuaram atentos à guerra entre Rússia e Ucrânia. Em suma, não há expectativas para o fim dos conflitos no curto prazo. Aliás, a Ucrânia afirmou que uma escola de arte que abrigava 400 pessoas na cidade de Mariupol foi bombardeada pela Rússia.
Nesta segunda, líderes da União Europeia se reuniram para discutir novas sanções contra a Rússia. A Europa pode se juntar aos Estados Unidos no embargo ao petróleo russo, o que fez os preços da commodity saltarem no pregão.
Além disso, analistas do mercado financeiro elevaram suas projeções para a inflação e os juros no Brasil neste ano. A saber, a taxa inflacionária no país deverá encerrar o ano em 6,59%, bem acima da meta da inflação (3,50%). O nível também supera o limite superior definido, de 5,00%.
Por fim, os juros também devem subir mais que o esperado no Brasil. Os reajustes no diesel e na gasolina, promovidos pela Petrobras, pressionam a inflação no país. Assim, os juros também tendem a crescer para segurar a taxa inflacionária do país. E este cenário beneficia o real, pois atrai mais investimentos estrangeiros para o país.
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