O dólar comercial fechou o pregão desta segunda-feira (7) estável, cotado a R$ 5,0787. Em março, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 1,50%, enquanto a queda na parcial de 2022 é bem mais expressiva, de 8,90% ante o real.
Em resumo, a sessão de hoje ficou marcada pela aversão global a ativos de risco. Nos últimos dias, o mundo está atento à guerra entre Rússia e Ucrânia, que chegou hoje ao seu 12º dia. As expectativas para um desfecho deste cenário são bastante pessimistas e não veem uma solução no curto prazo.
A saber, diversas nações ocidentais já impuseram sanções contra a Rússia por causa da invasão à Ucrânia. Mais recentemente, países orientais também decidiram impor sanções contra o país comandado por Vladimir Putin. No entanto, nada disso parece preocupar a Rússia, que continua realizando ataques diariamente ao país vizinho.
Petróleo dispara com tensões vindas do leste europeu
Esse cenário não afetou apenas o dólar. Na verdade, o cenário caótico fez o preço do petróleo Brent, que é a referência global, ficar bem próximo dos US$ 140 por barril. Este é o maior patamar do barril desde 2008 e ficou bem próximo do recorde histórico atingido em junho de 2008, quando o petróleo Brent chegou a custar US$ 147,50 por barril.
Em suma, a Rússia é o principal exportador global de petróleo e produtos petrolíferos combinados, respondendo por 7% do fornecimento global. Nesta segunda, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson disse que as sanções contra as importações russas de petróleo “ainda estão na mesa”.
Além disso, os Estados Unidos estão discutindo a possibilidade de barrar as importações de petróleo russo, bem como tarifar fortemente outros produtos do país. Em outras palavras, o planeta deverá sofrer com uma oferta ainda mais reduzida de petróleo no futuro próximo. Por isso que a commodity vem acumulando valorização tão expressiva nos últimos tempos.
Veja o que mais afetou o dólar nesta segunda
Nos últimos pregões, o real acabou se dando melhor que o dólar devido ao fato de o Brasil ser um grande exportador de commodities. Em síntese, a guerra no leste europeu já vem impulsionando os preços destes produtos, e os investidores veem o Brasil como uma oportunidade de aumentar seus lucro.
Por isso que o dólar não tem conseguido subir nos últimos dias, apesar da tensão global. Nesta segunda, as preocupações com as possíveis sanções em relação às exportações de petróleo da Rússia fortaleceram o dólar. Por outro lado, o Brasil segue atraindo investidores. E o resultado destes dois cenários foi a estabilidade da moeda americana no pregão.
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