O dólar não vem dando sossego para a economia brasileira. Quando a queda do petróleo parecia ser uma boa notícia, a moeda americana opera em forte alta nos últimos 30 dias, passando de R$4,90 para R$5,34, uma alta de quase 10%. Com isso, a inflação, que deveria começar a cair, parece que continuará nas alturas, o que é ruim para todo mundo.
Dessa forma, é preciso entender o que está acontecendo com a economia mundial para o dólar subir tanto. Por outro lado, isso tem consequências bastante graves, que podem moldar o futuro da economia de todo o planeta.
O dólar se valoriza perante o mundo todo
Se você acha que a alta do dólar é um problema do Brasil, pode ter certeza de que você está enganado. A verdade é que a moeda americana vem se valorizando frente a todas as outras moedas do mundo. Contudo, as consequências para economias mais fracas no mundo, como o Brasil, são relevantes e até mesmo desastrosas.
Para medir a força do dólar diante de todo o mundo, o mercado financeiro criou um índice chamado de “U.S. Dollar Currency Index”, também conhecido como DXY. Ele representa o valor do dólar diante de uma cesta de moedas fortes, incluindo o euro e o yuan chinês. Nesse ano, o índice passou de 96.226 pontos para 107.044 no fechamento de hoje, 7. Isso quer dizer que o dólar se valorizou 11,24% nesse ano em relação às principais moedas do planeta.
Na prática, isso acontece por diversos motivos. O primeiro é que a economia mundial segue bastante incerta. A guerra da Ucrânia e a política de “covid zero” na China colocam em risco o crescimento mundial. Por outro lado, a alta do petróleo também contribui para uma busca maior pelo dólar.
Qual o impacto disso no seu bolso?
Por mais que pareça um dado econômico irrelevante, entender a alta do dólar é fundamental para programar os seus gastos pessoais. Isso porque o dólar é usado para praticamente todas as transações internacionais do mundo. Entre elas, podemos citar aquelas que afetam você, como a importação do trigo, do próprio petróleo e até mesmo de produtos da sua cesta básica.
Com isso, se o dólar fica mais alto, é sinal de que importar o trigo, para fazer pão, macarrão e farinha, também ficará mais caro. Nas prateleiras do supermercado você reconhecerá isso como um aumento de preços. Ou seja, os produtos ficam mais caros.
Além disso, outros produtos essenciais ficam mais caros. Na prática, a gasolina tende a encarecer também. Apesar disso, esse produto tem a influência do petróleo também. Para o atual cenário, o preço do barril caiu bastante, mas segue acima dos US$100. Especialistas não acreditam em alta relevante dos preços, mas também afirmam que o litro não deve ficar mais barato.
Dessa forma, é hora de ir às compras enquanto o impacto do dólar não chegou. Para quem investe, títulos ligados à inflação podem ser uma boa proteção. Na renda variável, analistas ainda sugerem cautela, mas afirmam que a bolsa brasileira segue barata.