O dólar comercial está cada vez mais próximo da marca dos R$ 5,00. Após fechar a primeira semana de 2022 em alta, cotada a R$ 5,63, a moeda norte-americana não conseguiu repetir o feito no ano. Pelo contrário, acumula nove semanas consecutivas de queda em relação ao real.
A saber, o dólar caiu 0,36% nesta sexta-feira (18) e encerrou o dia a R$ 5,0157. Com isso, acumulou uma desvalorização de 0,76% na semana. Já na parcial de 2022, o tombo é bem mais expressivo e chega a -10,03% frente o real.
Neste ano, a moeda ainda não fechou pregão algum abaixo da marca dos R$ 5,00. Contudo, os consecutivos tombos vêm mostrando que isso está mais perto do que nunca de acontecer. Aliás, a última vez que o dólar fechou abaixo deste patamar foi em 30 de junho de 2021 (R$ 4,9728).
Guerra na Ucrânia e alta dos juros influenciam cotação do dólar
Na semana, as notícias que mais repercutiram entre os investidores foram a guerra na Ucrânia e a elevação dos juros pelos bancos centrais (BC). Em suma, os investidores passaram a semana atentos aos BCs dos Estados Unidos e Brasil, que definiram sua política monetária.
No primeiro caso, o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, elevou a taxa de juros no país pela primeira vez desde 2018. A taxa subiu para 0,25% e 0,50%, mas deverá encerrar o ano entre 1,75% e 2%, segundo o Fed. Inclusive, o principal objetivo da entidade financeira é conter a inflação cada vez mais elevada nos Estados Unidos.
Já o BC brasileiro elevou pela nona vez consecutiva a taxa de juros básicos. Com uma alta de 1,0 ponto percentual (p.p.), a Selic passou de 10,75% para 11,75% ao ano, maior patamar desde abril de 2017. Ambas as decisões vieram em linha com as projeções de analistas.
Além disso, os investidores permaneceram atentos à guerra entre Rússia e Ucrânia. Por um lado, os conflitos no leste europeu tendem a prejudicar todo o planeta, pressionando ainda mais os preços de diversos itens e impulsionando a inflação. Dessa forma, desestabilizam os mercados internacionais.
Por outro lado, o aumento dos preços de importantes commodities, como petróleo e trigo, beneficiam o Brasil, pois o país é um dos maiores exportadores mundiais de commodities. Isso explica a valorização do real ante o dólar nos últimos tempos.
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