O mercado passou esta quarta-feira (27) de olho no Banco Central (BC). Isso porque, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC divulga hoje a sua decisão sobre os juros básicos do país. Em meio a essas expectativas, o dólar caiu 0,30% no pregão, encerrando o dia cotado a R$ 5,5551. Apesar da queda, a moeda ainda acumula valorização expressiva de 7,09% em 2021 ante o real.
Em resumo, o Copom se reuniu ontem (26) para definir os juros básicos do país. A saber, os analistas projetam uma alta de 1,25 ponto percentual da taxa básica de juros, a Selic. Caso a previsão se confirme, a taxa Selic avançará para 7,5% ao ano, maior patamar desde dezembro de 2017, quando os juros do país também estavam em 7,5%.
Nos últimos tempos, o temor com a saúde fiscal do Brasil só aumentou. Isso porque o Auxílio Brasil vem aumentando os gastos públicos expressivamente. O programa entrará em vigor no país a partir de novembro e disponibilizará R$ 400 aos beneficiários até dezembro de 2022.
Vale ressaltar que o aumento dos gastos públicos impulsiona a inflação do país, que está cada vez mais elevada. E a Selic figura como o principal instrumento do BC para conter a elevação da taxa inflacionária no país. Em suma, uma Selic mais alta puxa consigo os juros praticados no Brasil, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia. Assim, reduz a “inflação por demanda”.
Veja o que mais repercutiu no pregão desta quarta
Ao considerar apenas a decisão do BC, o dólar até poderia cair mais, visto que uma Selic mais alta torna o real mais atraente, pagando mais aos investidores. Contudo, os riscos fiscais do Brasil preocupam demais os investidores. Por isso que o dólar acumula uma valorização bastante expressiva no ano.
Em síntese, o temor do mercado é que a elevação de gastos públicos impossibilite o governo de pagar suas dívidas. Isso quer dizer que os investidores temem que o governo dê calote. Nesse cenário, o real acaba muito desvalorizado e o dólar vai subindo mais que caindo.
Por fim, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a taxa de desemprego no país caiu 1,4 ponto percentual no trimestre móvel de junho a agosto deste ano. Assim, o desemprego atingiu 13,7 milhões de pessoas no período.
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