O dólar comercial caiu 0,90% no pregão desta terça-feira (21) e encerrou o dia cotado a R$ 5,2849. Apesar do recuo, a moeda norte-americana ainda possui valorização de 1,88% ante o real neste ano. E isso ocorre, principalmente, por causa das incertezas no cenário do Brasil.
Na véspera, os investidores repercutiram o início da cobrança da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). De acordo com o governo, o dinheiro arrecado pelo imposto seguirá para o financiamento do Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família.
Isso não foi bem visto com bons olhos pelo mercado. Em resumo, a saúde fiscal do Brasil continua bastante enfraquecida. Além disso, o Brasil ainda enfrenta incertezas políticas, crise hídrica, CPI da Covid e suspensão de exportações de carne bovina para China. Tudo isso preocupa o mercado e fortalece o dólar.
No entanto, os investidores foram às compras nesta terça. O mercado segue atento à próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que ocorre hoje e amanhã (22). Em suma, os analistas acreditam em uma elevação de 1,0 ponto percentual da Selic, a taxa básica de juros do país. Inclusive, a expectativa é que a Selic continue subindo até o final do ano para tentar segurar a inflação.
Cenário internacional também influencia dólar
Enquanto isso, no exterior, os investidores também aguarda decisão do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos. A expectativa é que o Fed mantenha a taxa de juros estável, o que tende a enfraquecer o dólar. A incerteza se refere às compras dos títulos públicos do país, tendo o Fed já sinalizado que reduzirá o volume ainda em 2021. Contudo, a desaceleração econômica global está fazendo os economistas repensarem a ideia.
O que vem causando tais incertezas é a Delta, variante mais transmissível do novo coronavírus, que segue elevando os casos e mortes em todo o planeta nos últimos tempos. Aliás, os EUA voltaram a liderar o ranking de maior número de óbitos diários, superando os dois mil, em média.
Por fim, o presidente da Evergrande, segunda maior empresa imobiliária da China, tentou tranquilizar seus funcionários através de uma carta. A saber, analistas afirmam que a incorporadora corre risco de falência, o que poderia afetar a cadeia global econômica. Isso fez as principais bolsas de valores tombarem na véspera (20).
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