O dólar comercial abriu a semana com leve queda de 0,40%, cotado a R$ 5,4488. Na sessão de hoje, o que prevaleceram foram as expectativas em relação à eleição da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Além disso, o avanço da pandemia da Covid-19, bem como a lentidão na vacinação das pessoas, continuaram a pressionar o câmbio e impediram uma queda maior da divisa.
A saber, a moeda americana fechou janeiro com alta de 5,46%, maio nível desde março do ano passado, quando disparou 16%. À época, a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia decretado a pandemia, com incertezas enormes sobre o futuro e uma tensão generalizada entre os mercados. Hoje, prestes a completar um ano, a crise sanitária parece longe de acabar.
Em resumo, as preocupações dos investidores aumentam ao passo que as medidas restritivas ficam mais duras. Ao mesmo tempo, novas variantes, possivelmente mais contagiosas e, talvez, mais letais, vêm sendo detectadas. Nesse sentido, aquelas que estão causando mais receio são as do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil. Aliás, muitos países já proibiram voos vindos dessas regiões.
Aqui no Brasil, também vale ressaltar o ritmo da vacinação, que continua lento. Os governos estaduais estão aplicando as doses, muitas vezes, em pessoas de maior prioridade dentro dos próprios grupos prioritários, justamente por não ter vacinas suficientes. A propósito, diversos países do mundo também estão sofrendo com doses limitadas dos imunizantes.
Brasília contribui para resultado do dólar
Todas essas notícias são bastante negativas e impulsionam o dólar, visto que muitos investidores tendem a buscá-lo em momentos de incerteza e preocupação. No entanto, as eleições em Brasília para a Câmara e o Senado exerceram maior impacto no resultado desta segunda-feira, dia 1º. Durante o pregão, tudo apontava para a vitória do deputado Arthur Lira (PP) e do senador Rodrigo Pacheco (DEM), ambos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro.
Por fim, à noite, houve a confirmação da vitória de ambos. Agora, espera-se que os presidentes das respectivas casas do Congresso Nacional aprove cortes de gastos relacionados a transferências de renda, o que dá certo alívio aos investidores, que temem pela saúde fiscal do Brasil. Assim, o dólar acabou puxado para baixo, mas a queda não foi tão intensa porque ainda há muita incerteza pairando no Brasil.
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