Após dois pregões em alta, o dólar comercial voltou a fechar o dia em queda. Nesta quarta-feira (16), a moeda norte-americana recuou 1,28% e encerrou a sessão cotada a R$ 5,0925. Com isso, voltou a apresentar uma parcial negativa em março (-1,24%) e aumentou sua desvalorização ante o real em 2022, para -8,65%.
Nos dois últimos pregões, o que mais pesou entre os investidores foram as expectativas em relação às decisões dos Bancos Centrais dos Estados Unidos, Reino Unido e Brasil. E hoje o Federal Reserve (Fed), BC norte-americano, elevou a taxa de juros no país pela primeira vez desde 2018.
A saber, o avanço veio em linha com as projeções de analistas, mas não será o único de 2022. De acordo com o Fed, a taxa de juros deverá encerrar o ano entre 1,75% e 2%. E a principal razão para esta elevação dos juros é a inflação cada vez maior nos Estados Unidos.
No âmbito doméstico, vale destacar que os reajustes promovidos pela Petrobras em relação ao diesel e à gasolina. Isso fez o mercado elevar fortemente as projeções para a inflação do país em 2022, visto que os combustíveis exercem um forte impacto na taxa inflacionária do país.
Aliás, no ano passado, os combustíveis foram os “vilões da inflação”, acumulando alta de 49,02%, índice quase cinco vezes superior à taxa inflacionária do país (10,06%). Por isso, os analistas acreditam que os juros no Brasil devem subir ainda mais que o esperado.
Contudo, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC só sai após o fechamento do pregão, ou seja, a decisão só impactará a cotação do dólar na sessão de amanhã.
Guerra entre Rússia e Ucrânia também repercute no dia
Além disso, os investidores continuaram atentos à guerra entre Rússia e Ucrânia. Embora a escalada da tensão no leste europeu continue desestabilizando os mercados internacionais, a consequente alta dos preços de importantes commodities, como petróleo e trigo, vem beneficiando o Brasil por este ser um grande exportador global de commodities.
As preocupações em relação à desaceleração econômica da China também perderam um pouco da força dos últimos dias. Em resumo, o país vem registrando novos surtos de Covid-19 em diversas regiões e promovendo lockdowns na região. O confinamento chegou a atingir 30 milhões de pessoas na véspera, afetando a operação de diversas empresas.
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