O dólar comercial ficou um pouco mais barato após o fechamento da sessão desta terça-feira (16). A moeda americana recuou 0,36% e encerrou o dia cotada a R$ 5,6190. A saber, o desempenho da divisa seguiu as preocupações dos investidores com a situação catastrófica da pandemia da Covid-19 em que o Brasil está imerso. Ao mesmo tempo, as expectativas com as definições da política monetária interna e dos Estados Unidos pesaram no pregão.
Em resumo, os operadores passaram esta terça-feira atentos às notícias em torno da “super quarta”. Isso porque amanhã (17) haverá a definição da política monetária do Brasil, após reunião de dois dias. Espera-se uma elevação da taxa básica de juros do Brasil, a taxa Selic, que passou 2020 em sua mínima histórica, de 2,0%. Aliás, amanhã também acontecerá a definição da política monetária dos Estados Unidos, após reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA.
Todos os acontecimentos envolvendo a saída de Eduardo Pazuello do cargo de Ministro da Saúde do governo Bolsonaro continuam repercutindo. A propósito, o médico Marcelo Queiroga assumiu o cargo, mas não agradou ao Centrão no Congresso. O médico é o quarto ministro a assumir a pasta da saúde no governo Bolsonaro em um ano, ou seja, no período da pandemia da Covid-19. E isso aconteceu por causa de divergências dos antigos ministros com o presidente em relação às formas de combate à pandemia.
Atualmente, o Brasil vive o pior momento da crise sanitária, com diversos estados decretando colapso de seus sistemas de saúde. Os registros de novos casos e mortes provocados pela Covid-19 batem recorde diariamente, enquanto a vacinação segue a passos lentos. Cada dia de março é sempre tido como o pior dia da pandemia, e não há perspectivas para uma rápida melhora.
Veja mais detalhes do desempenho do dólar
Além disso, também houve a divulgação do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça. O IGP-10 subiu 2,99% em março, puxado pela alta da gasolina. Isso deu mais força às projeções de economistas, que indicam a primeira alta de juros no Brasil em 7 anos. Essa definição também acontecerá amanhã, pois faz parte da política monetária do país.
Por fim, do cenário externo, o pacote de estímulos fiscais dos Estados Unidos de US$ 1,9 trilhão continua no radar dos investidores. Os mercados globais estão ansiosos por essa enxurrada de dólares, que beneficiará não só a economia dos EUA, mas também a de seus parceiros comerciais. Isso acabou enfraquecendo o dólar no pregão, apesar de todos os riscos internos.
LEIA MAIS
Ibovespa cai em dia marcado por cautela e preocupações internas
Índices europeus sobem nesta terça (16) à espera de decisão do Fed