O dólar comercial até iniciou o ano em alta, acumulando ganhos na primeira semana do ano. Contudo, a situação mudou completamente e a moeda norte-americana fechou a segunda semana de 2022 em queda de 2,12%. Agora, a divisa acumula uma desvalorização de 1,11% ante o real.
Em resumo, o dólar caiu 0,27% na sexta-feira (14), quarta queda consecutiva, e encerrou a semana cotado a R$ 5,5129. A saber, a semana ficou marcada por ajustes globais da divisa, o que limitou seus ganhos.
Além disso, os investidores ficaram bastante atentos aos Estados Unidos. Após o Federal Reserve (Fed), banco central americano, afirmar que os juros no país poderiam subir mais do que o esperado, os operadores reduziram suas expectativas quanto a isso.
Isso porque o presidente do Fed, Jerome Powell, fez declarações nesse sentido. Em outras palavras, ele afirmou que o banco atuará para impedir uma elevação ainda mais expressiva da inflação em 2022. No entanto, o mercado já toma como certa a atuação do Fed, com três elevações dos juros neste ano.
A propósito, quanto mais elevados os juros nos EUA, mais atraente fica o dólar. Como a expectativa com os aumentos está pré-definida, a moeda americana acabou perdendo força na semana.
Dados domésticos também repercutem e afetam dólar
No cenário doméstico, os investidores repercutiram alguns dados divulgados na semana. Um deles foi a inflação acumulada em 2021, que chegou a 10,06%, maior patamar desde 2015 (10,67%). Embora o Banco Central (BC) tenha elevado sete vezes a taxa básica de juros do país apenas em 2021, a taxa inflacionária não caiu.
A próxima reunião do BC para definir os juros básicos do país ocorrerá em fevereiro. Em suma, os analistas acreditam que a taxa Selic chegará a 11,75% no final de 2022. A saber, quanto mais elevados os juros, mais atraentes ficam as moedas dos países, pois os rendimentos dos títulos públicos locais crescem. No Brasil, a taxa atual está 9,25%, enquanto segue entre 0% a 0,25% nos EUA.
Isso mostra que os rendimentos no Brasil superam os dos EUA. Por outro lado, a maior economia do mundo garante uma segurança muito maior do que a brasileira. Seja como for, os rendimentos superaram a segurança nesta semana e o dólar afundou.
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