A divulgação de dados internos menos animadores do que o esperado impulsionaram o dólar nesta sexta-feira (12). A saber, a moeda norte-americana fechou o pregão de hoje em alta de 1%, cotada a R$ 5,4579. Contudo, o avanço não reverteu as perdas acumuladas e a divisa encerrou a semana em queda de 1,11%.
Esse é o segundo recuo consecutivo do dólar e sucede a desvalorização de 2,27% acumulada na semana anterior. Apesar dos tombos recentes, a moeda ainda possui uma valorização firme de 5,22% ante o real em 2021. E a expectativa do mercado financeiro é que a divisa encerre o ano cotada a R$ 5,50.
Em resumo, o que mais pesou na sessão desta sexta-feira foi a divulgação de dados domésticos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o setor de serviços caiu 0,6% em setembro após cinco meses de crescimento.
Aliás, o IBGE já havia divulgado na véspera dados sobre as vendas do comércio varejista nacional, que recuaram pelo segundo mês seguido em setembro. Tudo isso deixa o mercado apreensivo sobre a economia brasileira e os investidores correm para o dólar, por se tratar de um “porto seguro”.
Veja o que ajudou a derrubar o dólar na semana
Vale destacar que o mercado passou a aumentar as apostas sobre a próxima variação dos juros básicos do Brasil. Em suma, a inflação segue nas alturas e o governo não se mostra capaz de controlá-la. Inclusive, o BC já elevou os juros do país por seis vezes apenas em 2021 para tentar segurar a inflação.
Além disso, a PEC dos Precatórios, apovada em 2º turno na Câmara dos Deputados nesta semana, seguiu para o Senado Federal. Lá, também passará por mais duas votações. E, caso aprovada, abrirá um espaço orçamentário de mais de R$ 90 bilhões para o governo gastar em 2022, ano das novas eleições presidenciais.
A saber, o governo aposta na PEC para ter dinheiro e realizar os pagamentos do Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família. Entrentanto, a elevação de gastos públicos impulsiona a inflação no país. Por isso, o BC eleva a Selic, principal instrumento do banco para conter a inflação.
O resultado de tudo isso é redução do poder de compra dos consumidores e desaquecimento da economia. Em síntese, a população sofre mais com os preços dos produtos elevados e com os juros mais caros. Nesse cenário, o real se torna mais atrativo, pois os juros mais elevados aumentam os retornos oferecidos. Assim, os investidores até podem se dar bem, mas a população não.
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