O dólar subiu por sete pregões seguidos, mas essa trajetória ascendente sofreu uma queda nesta sexta-feira (1º). A saber, a moeda norte-americana caiu 1,42% no pregão de hoje, encerrando a semana cotada a R$ 5,3684. Aliás, esse é o maior recuo da divisa nas últimas três semanas.
No entanto, essa queda não conseguiu reverter a valorização do dólar ante o real. Assim, a moeda acumulou ganhos de 0,47% na semana. A propósito, esse é o quarto resultado semanal positivo, ou seja, o real está cada vez mais desvalorizado. Inclusive, o dólar acumula alta de 3,49% na parcial do ano.
Em resumo, a queda do dólar nesta sexta não significa melhora dos problemas atuais. Na verdade, a moeda americana acumulou tantas altas que chegaria uma hora em que os investidores se arriscariam e comprariam real. E isso aconteceu hoje.
Contudo, vale ressaltar que, entre as moedas emergentes, o real possui a terceira maior desvalorização no acumulado de março de 2020 a setembro de 2021 (-17,4%). As únicas divisas que perderam mais valor que o real no período foram a lira turca (-30%) e a naira da Nigéria (-25,3%).
Entenda o que vem impulsionando o dólar
Nos últimos pregões, o dólar vem subindo devido a fatores internos e externos. No primeiro caso, os diversos problemas do Brasil ajudam a enfraquecer o real. Aqui, a população sofre com inflação alta, taxa básica de juros subindo, crise hídrica e energética, combustível mais caro e reajustes salariais cada vez menores. Por isso, não é de se estranhar que o real apanhe tanto para o dólar.
Já no cenário externo, a maior preocupação da semana se refere aos Estados Unidos. Em suma, o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, já sinalizou que os juros adotados no país começarão a subir assim que os estímulos injetados na economia acabem de vez. E a expectativa é que isso aconteça em meados de 2022.
Isso quer dizer que a chuva de dólares proporcionada pelo Fed, na ordem de US$ 120 bilhões por mês, chegará “em breve” ao fim. O mercado já vem projetando patamares ainda mais elevados do dólar, até porque o aumento dos juros nos EUA tendem a tornar o dólar ainda mais atraente.
Por fim, a Fundação Getulio Vargas (FGV) revelou nesta sexta que a confiança empresarial do país caiu 2,5 pontos em setembro. Os principais problemas citados pela FGV foram crise hídrica, inflação alta e o consequente aperto monetário. Também impactou a cotação do dólar nesta sexta os dados vindos da Europa. A saber, a inflação na zona do euro atingiu o maior patamar desde 2008.
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