O dólar iniciou a semana com leve alta de 0,23% e fechou esta segunda-feira (9) cotado a R$ 5,2473. Com o avanço, a moeda americana passa a acumular valorização de 0,72% em agosto e de 1,16% na parcial de 2021 ante o real. E a sessão de hoje ficou marcada pela expectativa dos investidores com o cenário político e fiscal do Brasil.
Em resumo, o presidente Jair Bolsonaro entregou hoje à Câmara dos Deputados a medida provisória para a criação do novo programa social do governo, o “Auxílio Brasil”. Na verdade, esse programa substituirá o Bolsa Família. Mas essa é a mudança menos importante para o mercado.
O que realmente estava aumentando as preocupações dos investidores foram as declarações de Bolsonaro. De acordo com o presidente, o programa terá um valor 50% maior que o atual Bolsa Família, no mínimo. E o temor geral era de onde o governo tirará dinheiro para turbinar o benefício.
No entanto, as preocupações com o teto de gastos federais acabaram minimizadas no decorrer desta segunda. Segundo o ministro da Cidadania, João Roma, o Auxílio Brasil respeitará o teto de gastos públicos. Caso haja extrapolação do limite, o governo incorrerá em crime de responsabilidade, o que poderá gerar punição para o presidente Bolsonaro.
Veja o que mais afetou a cotação do dólar nesta segunda
Além disso, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou nesta segunda o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI). A saber, o índice subiu 1,45% em julho, após leve avanço de 0,11% no mês anterior. O que motivou essa disparada foi o aumento dos preços das commodities devido às geadas em julho no país. Além disso, as secas em outras regiões do Brasil também impulsionaram a inflação no período.
Por falar em commodities, os contratos futuros para o minério de ferro tombaram mais de 4% na China. Isso aconteceu devido a dois principais motivos: perspectivas de maior oferta da commodity e queda da demanda chinesa.
Por fim, o Banco Central elevou as projeções para a inflação neste ano para 6,88%, taxa cada vez mais distante da meta de 3,75%. Já as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ficaram inalteradas, bem como para a cotação do dólar, que deve encerrar o ano a R$ 5,10. Por sua vez, a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, teve leve avanço, passando de 7,00% para 7,25%.
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