O dólar comercial disparou no pregão desta quarta-feira (3), chegando próximo dos R$ 5,78, mas diminuiu o fôlego e, até o fechamento do dia, ficou perto da estabilidade. Assim, a divisa americana registrou leve alta de 0,05% e está cotada a R$ 5,6659. A saber, na semana, acumula ganhos de 1,05%, enquanto, na parcial do ano, está 9,23% mais cara.
Nesta quarta, os riscos internos, como sempre, ajudaram a impulsionar o dólar. A atenção dos investidores ficou direcionada, especialmente, à PEC Emergencial, dispositivo trata do retorno do auxílio emergencial. Há bastante receio envolvendo o teto de gastos, tido como a âncora fiscal do país atualmente. Ao mesmo tempo, os investidores temem o impacto que essas novas rodadas do benefício causarão nos cofres públicos. Isso sem contar qual mágica precisará ser feita para que as despesas caibam dentro do teto de gastos, sem pedaladas fiscais ou excepcionalidades.
Além disso, também há a questão política do país, que continua enfraquecendo ainda mais o real. As interferências recentes de Bolsonaro na Petrobras estão provocando bastante desgaste político desde a semana passada. Muitos operadores temem elevação de ingerência governamental, com interferências mais recorrentes em estatais do país.
Lira e estresse global impedem disparada do dólar
O dia encaminhava para uma forte alta do dólar, principalmente após rumores sobre a PEC Emergencial excluir o Bolsa Família da regra do teto de gastos públicos. Contudo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), conseguiu acalmar os ânimos. Em resumo, o parlamentar fez declarações nesta quarta, defendendo o teto de gastos públicos. “Tanto o Senado quanto a Câmara votarão as PECs sem nenhum risco ao teto de gastos, sem nenhuma excepcionalidade ao teto. Essas especulações não contribuem para o clima de estabilidade e previsibilidade”, afirmou Lira na rede social Twitter. Além disso, o texto do dispositivo não trazia a previsão de retirada do Bolsa Família.
Por fim, no cenário internacional, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos continuam subindo. Isso acaba pressionando moedas emergentes, como o real. Contudo, os riscos internos impedem que a moeda americana recue, como em outros países. Aliás, esta notícia foi uma das razões que impediu o avanço do dólar no dia. Resta saber se os riscos internos continuarão impulsionando a divisa norte-americana, e se haverá mais fatores que impeçam tal movimento.
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