O mercado ainda digere as indicações feitas na véspera (28) por Jerome Powell sobre a política monetária dos Estados Unidos. A saber, as falas do presidente do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, fortaleceram as teses de que o Fed começará a reduzir os estímulos na economia americana já em novembro.
Além disso, Powell também sinalizou que os juros adotados no país começarão a subir assim que os estímulos cheguem de vez ao fim. Isso deve acontecer em meados de 2022, o que significa que os investidores têm apenas mais alguns meses para aproveitar os juros baixíssimos praticados nos EUA.
Tudo isso ainda repercutiu fortemente no pregão desta quarta-feira (29). Assim, o dólar encerrou a sexta sessão seguida em alta (0,08%), cotado a R$ 5,4298. Essa é a série mais longa de avanços desde o início de julho, quando o dólar emendou oito pregões de alta. Com o resultado de hoje, a moeda agora acumula alta de 4,68% no ano ante o real.
Divulgação de dados internos repercutem no dia
Nesta quarta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o Índice de Preços ao Produtor (IPP) subiu 1,86% em agosto. O índice repetiu a variação registrada em julho e a atividade que mais impulsionou o IPP no mês foi a de alimentos.
Já a Fundação Getulio Vargas (FGV) indicou que a confiança dos serviços caiu em setembro, interrompendo cinco meses de alta. A queda ainda não sugere uma reversão da trajetória ascendente, mas liga o sinal de alerta para o mercado. Em suma, o setor de serviços, muito importante para a economia brasileira, não se mostra tão otimista como na primeira metade do ano.
Por fim, a FGV também divulgou dados sobre a confiança do comércio, que tombou 6,8 pontos em setembro. Nesse caso, as expectativas dos comerciantes ficaram bastante pessimistas com a piora da percepção em relação à retomada econômica.
No pregão, a cautela externa fortaleceu o dólar, que vem acumulando altas consecutivas desde a semana passada. Ao mesmo tempo, as incertezas domésticas impediram que o real pudesse recuperar um pouco das perdas recentes. No fim, o dólar subiu novamente, mesmo que de maneira muito tímida.
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