O dólar comercial subiu 0,41% nesta sexta-feira (17) e encerrou a semana cotado a R$ 5,2866. Com o resultado, a moeda norte-americana saiu do campo negativo e emendou o segundo resultado semanal positivo (0,39%). No ano, a divisa tem valorização de 1,92% ante o real.
No pregão, o que mais pesou para os investidores foi a decisão do presidente Jair Bolsonaro em elevar a alíquota do imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF). De acordo com o governo, o dinheiro arrecado pelo imposto seguirá para o financiamento do Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família.
O mercado não reagiu bem à notícia, uma vez que a saúde fiscal do Brasil segue bastante enfraquecida. Em resumo, o aumento do valor médio do novo Bolsa Família elevará a renda da população mais vulnerável do país, que é bastante propensa ao consumo.
No entanto, a aquisição de crédito no país está cada vez maior. Isso porque o Banco Central (BC) já elevou quatro vezes seguidas a taxa básica de juros do país, a Selic. A saber, a elevação da Selic impulsiona os juros do país, reduzindo o poder de compra do consumidor para segurar a “inflação por demanda”.
Contudo, com o aumento do valor do Auxílio Brasil, a demanda continuará aquecida, pelo menos por uma parte. Isso tende a fazer o BC continuar elevando a Selic. Inclusive, a próxima reunião do Comitê de Política Monetária do BC ocorrerá na próxima semana, e os analistas apontam para uma elevação de 1,0 ponto percentual da Selic.
Reunião dos BCs prende atenção do mercado e influencia dólar
No cenário doméstico, a taxa inflacionária do Brasil segue nas alturas. Nem mesmo as recentes elevações da Selic estão conseguindo segurar o indicador. Isso acontece, porque, além do aumento da demanda, outros fatores impulsionam a inflação, como gastos públicos e incertezas internas. E tudo isso não falta no Brasil.
Já no ambiente internacional, os investidores acreditam que o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, manterá a taxa de juros estável. Isso tende a enfraquecer o dólar, ainda mais se o Fed continuar comprando os títulos públicos do país.
Por falar nisso, o banco já sinalizou que reduzirá o volume das compras ainda em 2021. Entretanto, a desaceleração econômica global está fazendo os economistas repensarem essa ideia. Em suma, a Delta, variante mais transmissível do novo coronavírus, está elevando os casos e mortes em todo o planeta nos últimos tempos. E os EUA voltaram a liderar o ranking de maior número de óbitos diários, aproximando-se dos dois mil, em média.
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