O dólar comercial disparou 1,92% no pregão desta quinta-feira (21) e fechou o dia cotado a R$ 5,6651. A saber, esse é o maior avanço diário desde 8 de setembro, quando a moeda norte-americana saltou 2,93% após os de 7 de Setembro. Com isso, a divisa passa a acumular valorização de 9,21% em 2021 ante o real.
Além disso, o dólar turismo (sem IOF) encerrou a sessão cotado a R$ 5,8894. Esse é o maior patamar de fechamento desde 14 de abril (R$ 5,9227). Aliás, o dólar comercial também fechou o dia no maior nível desde 14 de abril (R$ 5,6704). E esses avanços ocorreram devido ao aumento do temor dos investidores com a saúde fiscal do Brasil.
Em resumo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na véspera que o Auxílio Brasil terá o valor de R$ 400 até dezembro de 2022. O novo programa social substituirá o Bolsa Família e entrará em vigor no país já em novembro. O objetivo do governo é angariar votos para o presidente Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais do próximo ano.
De acordo com Guedes, o governo ainda estuda maneiras de financiar o programa. Ele afirmou que a equipe econômica tenta viabilizar meios de alterar o teto de gastos públicos, tido como âncora fiscal do país. Inclusive, uma das opções consiste em criar uma “licença para gastar” com o programa assistencial.
Diante disso, com o governo colocando o teto de gastos em segundo plano, a reação do mercado foi bastante pessimista. Vale ressaltar que o dólar já havia registrado forte alta na última terça-feira (19) após circularem boatos de que o valor do Auxílio Brasil seria anunciado naquele dia. No entanto, a reação negativa do mercado fez o governo adiar a divulgação do valor.
Veja o que mais impactou a cotação do dólar nesta quinta
No cenário internacional, os investidores repercutiram a queda firme do preço do petróleo nesta quinta. Em suma, o fenômeno climático La Niña deve elevar as temperaturas em algumas regiões dos Estados Unidos no inverno, que começará em dezembro. Caso isso realmente ocorra, a tendência é que a demanda por petróleo diminua, uma vez que as pessoas utilizam a commodity para se manterem aquecidas.
Além disso, o Departamento do Trabalho dos EUA revelou que os pedidos de auxílio-desemprego caíram para o menor patamar em 19 meses. Nesse caso, o recuo foi de apenas 6 mil pedidos, mas animou o mercado e deu mais certeza sobre a recuperação da maior economia global.
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