O dólar emendou a sexta alta seguida e conseguiu zerar a queda acumulada em 2021. A saber, a moeda americana encerrou o pregão desta terça-feira (6) saltando 2,40%, cotada a R$ 5,2087. Aliás, este é o maior valor para a divisa desde 31 de maio (R$ 5,2243).
A alta também é a maior desde 18 de setembro, quando a moeda disparou 2,83%. Isso quer dizer que o dólar não sobe tanto em uma única sessão há quase dez meses. Com isso, a divisa passa a acumular alta de 4,74% no mês e conseguiu zerar a queda na parcial de 2021, passando a ter uma leve valorização de 0,41% ante o real.
Em resumo, a expectativa com a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, fez os investidores recorrerem ao dólar. O Fed se reuniu em meados de junho para definir a política monetária praticada no país.
A disseminação da variante Delta do novo coronavírus também ajudou a fortalecer o dólar. A cepa vem provocando um temor global há dias, porque é mais contagiosa e agressiva que as outras variantes. Isso explica, em parte, os avanços consecutivos do dólar em relação ao real.
Fatores internos ajudam o dólar
No entanto, não há como dizer que o dólar vem subindo apenas por causa de fatores externos. Pelo contrário, o ambiente doméstico enfraquece o real a cada dia, principalmente por causa dos desdobramentos da CPI da Covid. Em suma, a comissão está analisando os atos e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia da Covid-19. E a CPI vem trazendo fatos que comprometem ainda mais a cena política do país, já bastante fragilizada.
Alguns deles se referem a esquemas de propina na compra de vacinas contra a Covid-19 e envolvem o presidente Jair Bolsonaro, que supostamente sabia dos atos suspeitos, mas não fez nada. Por isso, ele está sendo acusado de prevaricação. Aliás, 46 signatários protocolaram na última quarta (30) um “superpedido” de impeachment contra Bolsonaro, unificando argumentos de outros 123 pedidos já apresentados contra o presidente.
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