O dólar comercial disparou nesta quinta-feira (4) e encerrou o dia cotado a R$ 5,4491, após subir 1,47% no pregão. A alta expressiva foi puxada pelo fortalecimento da divisa americana no exterior e pelo risco fiscal do Brasil. Aliás, essa questão doméstica nunca saiu do radar dos investidores, mas, com o avanço da Covid-19 no país, as preocupações aumenta com a possibilidade de prorrogação do auxílio emergencial. E, caso isso aconteça, muitos investidores não veem de onde o governo conseguirá tirar dinheiro para financiar o programa.
Vale ressaltar que o presidente Jair Bolsonaro entregou uma lista de 35 prioridades aos novos presidentes da Câmara dos Deputados, o deputado Arthur Lira (PP), e do Senado Federal, o senador Rodrigo Pacheco (DEM). Destas prioridades, a mais urgente, como o próprio nome diz, é a PEC Emergencial, que objetiva cortar gastos no curto prazo. Além disso, privatização de estatais continuam no foco, especialmente a Eletrobras, e as reformas tributária e administrativa também recebem atenção.
No entanto, Bolsonaro preferiu focar em pautas costumeiras, envolvendo caminhoneiros e preço de combustíveis e Lei de Responsabilidade Fiscal. Dessa forma, houve aumento de desconfiança em relação às reformas e privatizações, tidas como assuntos mais prioritários. Essas preocupações, especificamente com a saúde fiscal do Brasil, que vai mal há tempos, fortaleceram o dólar.
Notícias externas influenciam dólar
Ao mesmo tempo que o cenário doméstico impacta o câmbio, acontecimentos externos também exercem influência. Em suma, dados de emprego da ADP indicaram um aumento na criação de vagas nos EUA. Além disso, o ISM reportou que o setor de serviços alcançou o maior nível em quase dois anos em janeiro. Estas notícias positivas acontecem ao mesmo tempo em que há busca pela aprovação do pacote de US$ 1,9 trilhão em estímulo econômico para os EUA.
Por fim, a pandemia da Covid-19 ainda provoca bastante receio entre os mercados, com o surgimento de novas variantes possivelmente mais contagiosas e letais. A vacinação continua lenta em diversos países, o que preocupa uma recuperação global plena.
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