O dólar comercial está cotado a R$ 5,3984, maior nível de encerramento desde 23 de novembro do ano passado. E isso aconteceu graças à forte subida de 1,77% no pregão desta quinta-feira, dia 7. Aliás, esta é a maior valorização percentual da moeda americana desde o dia 23 de setembro, quando subiu 2,18%. E as principais razões que fizeram a divisa disparar no dia vêm tanto do exterior quanto do cenário doméstico.
Em resumo, os mercados globais continuam otimistas com a confirmação da vitória do democrata Joe Biden à presidência dos Estados Unidos. No entanto, muitos investidores não descartam problemas futuros com o fechamento das contas nos EUA devido aos expressivos gastos que o governo americano vem realizando. A saber, as contas públicas americanas já estão bastante pressionadas por causa das medidas adotadas para enfrentamento da Covid-19 no país.
Além disso, os títulos públicos emitidos pelo Tesouro dos EUA, os Treasuries americanos, apresentaram alta em seus juros nesta quinta. Dessa forma, as suas taxas acabaram operando em alta, visto que há perspectiva de um endividamento maior do país no decorrer dos anos. Assim, também haveria maior necessidade de financiamento do governo.
Cenário doméstico também ajuda o dólar
Aqui no Brasil, houve diversos fatores no dia que contribuíram para pressionar o câmbio. Em primeiro lugar, a questão fiscal do país é algo que não sai do radar dos investidores. Ou seja, esse risco fiscal acaba se incorporando ao câmbio, que fica ainda mais pressionado. Ao mesmo tempo, a dívida pública brasileira alcança níveis próximos a 100% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Isso indica um aumento na percepção de risco no mercado da capacidade que o governo brasileiro possui para conseguir se financiar.
Por fim, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que houve “fraude” nas eleições dos Estados Unidos. Ele chegou a dizer que “vamos ter problema pior que os EUA”, caso não haja voto impresso em 2022.
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