O dólar comercial iniciou a semana com uma forte alta de 2,63% e fechou o pregão desta segunda-feira (19) cotado a R$ 5,2501. Com o acréscimo deste resultado, a moeda americana passa a acumular valorização de 5,58% em julho. Aliás, também reverteu a parcial de 2021, de -1,38% para 1,21% ante o real.
Vale destacar que o salto do dólar nesta segunda é o maior desde 18 de setembro, quando a moeda havia disparado 2,83%. Isso quer dizer que há dez meses que o dólar não subia tanto em uma única sessão. E o que impulsionou esse forte avanço foi o aumento dos casos globais de Covid-19.
Em resumo, a pandemia volta a mostrar força em países que estavam mantendo seus casos em níveis controlados. A principal razão deste aumento é a variante Delta, mais transmissível e agressiva que outras cepas. A propósito, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a cepa já circula em mais de 111 países.
“A variante Delta em um cenário no qual nem todos têm acesso à vacina, no qual há o aumento da mobilidade de pessoas, com aglomerações, e retirada de medidas de restrição, é uma loteria mortal que estamos jogando”, disse a líder técnica da resposta à pandemia da OMS, Maria Van Kerkhove. “Essa não é a última variante de preocupação da qual falaremos. Não dizemos isso para assustar as pessoas, mas porque há muito que podemos fazer.”
Incertezas internas fortalecem o dólar
O que mais pesou no pregão de hoje foi a aversão ao risco por causa da variante Delta. No entanto, não foram apenas fatores externos os responsáveis pelo tombo do real. O cenário político doméstico segue instável, com fatos divulgados quase diariamente envolvendo o governo Bolsonaro e sua gestão no enfrentamento à pandemia.
Em suma, a CPI da Covid, que vem analisando as ações e omissões do governo federal, está em recesso e só volta no começo de agosto. Contudo, a comissão continua analisando centenas de documentos nesse intervalo. Se você quiser ficar por dentro da CPI, clique aqui!
Por fim, o desempenho do real segue como o mais fraco entre as moedas emergentes relevantes, liderando as perdas globais contra o dólar. A saber, o sol peruano apresentou hoje o segundo pior resultado (-1,4%), ainda assim bem menos expressivo que o tombo do real. Seja como for, os investidores buscaram o dólar nesta segunda, e a divisa se valorizou contra 31 de 33 pares analisados.
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