O dólar comercial encerrou a sessão desta quarta-feira, dia 6, com alta de 0,84%. Assim, está cotado a R$ 5,3044, maior valor em mais de um mês. E isso aconteceu por dois principais motivos: os riscos locais, que já fazem parte do radar diário dos investidores, e a tensão gerada nos Estados Unidos por questões políticas. O resultado só não foi pior, porque o Banco Central (BC) interveio, conseguindo diminuir o ímpeto da divisa americana. Então, vamos aos fatos.
Em resumo, houve uma tremenda confusão na tarde de hoje nos EUA. Apoiadores do presidente Donald Trump invadiram o Congresso norte-americano no início de uma sessão conjunta para confirmar Joe Biden como o novo presidente do país. E essa invasão ocorreu após uma declaração de Trump, que pedia ao Congresso que rejeitasse a vitória do democrata. Além disso, o presidente incentivou os apoiadores a marcharem em direção ao Capitólio dos Estados Unidos. Ou seja, todos os elementos para uma tremenda confusão haviam sido realizados. E não podia dar outra, a não ser muito caos.
Fatores domésticos também ajudam dólar
Já no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro marcou uma reunião ministerial de última hora no Palácio do Planalto. O encontro contou com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes e com, pelo menos, outros 14 ministros. Isso aconteceu após a declaração feita ontem (5) pelo presidente da República sobre o país estar “quebrado“. Contudo, a assessoria de Guedes informou que não sabe o teor da conversa, nem a razão da pausa forçada das férias do ministro.
Além disso, os auxílios emergenciais chegaram ao fim. Contudo, os seus efeitos colaterais ainda vão perdurar por bastante tempo. O candidato do então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, à sua sucessão, Baleia Rossi (MDB), cogitou a volta dos auxílios, o que deixou boa parte do mercado bastante receosa. Assim, o dólar conseguiu ganhar cada vez mais força.
Por fim, o BC precisou agir e, por volta das 15h, ofereceu US$ 500 milhões em operação de swap cambial. Em resumo, isto significa venda de dólar no mercado futuro. E, com isso, a divisa americana perdeu fôlego e exerceu um pouco menos de pressão no câmbio.
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