O dólar comercial subiu com tudo na sessão desta segunda-feira (8). A moeda americana passou o dia inteiro no campo positivo, subindo devido às incertezas internas e o avanço da pandemia da Covid-19. E o movimento se firmou até o fechamento da sessão após a anulação das condenações do ex-presidente Lula.
Dessa forma, o dólar encerrou o dia subindo 1,70%, cotado a R$ 5,7788. Esse é o maior valor da divisa desde 15 de maio do ano passado, ou seja, há quase dez meses a moeda não ficava tão cara assim.
Em resumo, o dólar passou o dia no campo dos ganhos ante o real, graças aos riscos fiscais domésticos. A pandemia parece cada vez mais incontrolável no Brasil, com uma variante mais contagiosa e resistente. Além disso, as infecções e mortes continuam batendo recordes recorrentemente. Em contrapartida, a vacinação segue a passos lentos, sem expectativa de aceleração do ritmo. Diversos estados estão adotando medidas mais restritivas, e tudo isso afeta diretamente a atividade econômica do país. Assim, os investidores não se sentiram seguros a buscar ativos de risco e preferiram se agarrar ao dólar, tido como porto seguro em situações de incertezas.
“Efeito Lula” impulsiona ainda mais o dólar
Somado a todo esse sentimento pessimista, veio a anulação de todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Justiça Federal. Dessa forma, os processos devem seguir para a Justiça Federal do Distrito Federal e, após análise, haverá uma decisão para reaproveitar os dados ou não. Aliás, essa anulação impacta quatro processos: do triplex no Guarujá, do sítio de Atibaia, da sede do Instituto Lula e das doações ao Instituto Lula.
Com isso, Lula recuperou seus direitos políticos e pode concorrer à eleição de 2022, caso ele não seja condenado novamente até lá. A anulação das condenações não implica na absolvição definitiva de Lula, mas apenas que a 13ª Vara Federal de Curitiba não possuía competência para proferir tais condenações. Com o decorrer do processo no DF, Lula ainda poderá ser condenado.
Por fim, o Banco Central divulgou as novas projeções de analistas do mercado financeiro em relação ao Brasil neste ano. A inflação emendou a oitava alta seguida, enquanto o ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou. Já a estimativa para o dólar indica que ele ficará mais caro até o final de 2021.
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