Você até pode achar que a cotação do dólar não afeta a sua vida, mas isso é um erro. A cotação de diversos produtos importados, exportados e comercializados se baseiam na moeda americana. Assim, quanto mais caro o dólar, mais caros os produtos e serviços para o consumidor final é definido por isso.
Os atos de 7 de setembro, que tomaram os noticiários nacionais, também repercutiram no exterior. As falas do presidente Jair Bolsonaro aumentaram a tensão entre os Três Poderes do país. Em resumo, Bolsonaro voltou a atacar ministros do STF, governadores e prefeitos, bem como o sistema eleitoral brasileiro. O presidente ainda afirmou que não irá mais cumprir as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em resposta a Bolsonaro, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, afirmou nesta quarta-feira (8) que “ninguém fechará a Corte”. “Este Supremo Tribunal Federal jamais aceitará ameaças à sua independência nem intimidações ao exercício regular de suas funções. Ninguém fechará esta Corte. Nós a manteremos de pé, com suor e perseverança”, disse.
“Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do chefe de qualquer dos poderes, essa atitude, além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional”, acrescentou o ministro Fux.
O resultado de tudo isso foi a disparada de 2,93% do dólar, maior subida em um único dia desde 24 de junho, quando a divisa disparou 3,36%. Com o avanço, o dólar fechou o dia cotado a R$ 5,3276, maior patamar desde 23 de agosto (R$ 5,3802). No ano, a moeda tem valorização de 2,71% ante o real.
Veja o que mais influenciou a cotação do dólar no dia
Além disso, o preço do minério de ferro caiu 4,2% nesta quarta, para US$ 132,19 por tonelada. A saber, esse é o menor patamar da commodity desde 1º de dezembro. O minério, que chegou a acumular avanço de 50% no ano em maio, agora acumula perdas de 14% em setembro e de 17,6% em 2021.
Por fim, o preço do petróleo subiu nesta quarta, mas não impediu a disparada do dólar. Em suma, os preços do contrato para novembro do barril Brent, referência global, subiram 1,27%, para US$ 72,60. Já o WTI, referência americana, teve alta de 1,39% e o barril chegou a US$ 69,30.
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