O dólar vinha caindo significativamente em 2022. Até o final de maio, a moeda norte-americana acumulava uma desvalorização de mais de 16% ante o real. Contudo, a chegada de junho mudou esse cenário e a divisa recuperou mais força que o esperado.
A saber, o dólar acumula uma forte alta de 10,5% em junho. Com isso, reverteu a queda em 2022 para cerca de 5,8%. Aliás, a moeda fechou a semana passada em alta de 2,13%, quarto resultado positivo consecutivo. E a expectativa é que a divisa continue subindo.
Em resumo, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, elevou os juros há quase duas semanas no país. A alta foi a mais expressiva de 1994, e o presidente do Fed, Jerome Powell, já afirmou que o aumento dos juros deverá ficar ainda mais intenso na próxima reunião do banco.
Produtos importados devem ficar mais caros no Brasil
Embora a decisão afete diretamente a política monetária norte-americana, os juros mais altos também afetam o Brasil. A saber, quanto mais altos os juros nos EUA, mais rentáveis ficam os ativos relacionados ao governo. Dessa forma, os investimentos estrangeiros tendem a crescer no país, fortalecendo o dólar.
Como a cotação internacional de bens e serviços é feita em dólar, tudo que vier de fora deverá ficar mais caro. Aliás, nem todos sabem, mas diversos produtos consumidos diariamente vêm do exterior, ou seja, ficarão mais salgados para os brasileiros.
Um dos principais exemplos é o trigo, usado em pães, bolos, massas e biscoitos. A saber, entre 50% e 60% do trigo consumido no Brasil vem do exterior, o que indica que os produtos derivados do grão deverão ficar ainda mais caros no país. E ainda tem a guerra na Ucrânia, que também está pressionando a inflação global.
Por fim, não há como esquecer os combustíveis. A Petrobras elevou os preços do diesel e da gasolina há pouco mais de uma semana, e os combustíveis mais caros não afetam apenas os motoristas, mas toda a população. Em meio a tudo isso, resta torcer para que os aumentos dos bens e serviços não subam tanto.
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