Muitos dizem que, quanto maior o salto, maior a queda. E o dólar confirmou esta afirmação nesta sexta-feira (5). A saber, a moeda norte-americana tombou 1,52% no pregão e fechou o dia cotada a R$ 5,5192. Aliás, a divisa encerrou a sessão da última segunda-feira (1º) custando R$ 5,6700. E esse movimento descendente rendeu ao dólar um forte recuo de 2,27% na semana, que o fez cair para o menor patamar desde 15 de outubro (R$ 5,4526).
Embora a moeda tenha sofrido essa queda expressiva, continua com uma alta valorização em 2021 ante o real, de 6,40%. Esse resultado reflete as preocupações internas, cada vez mais intensas com o passar do tempo. E o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, está no centro da tempestade.
Vale ressaltar que muitos apontam o Auxílio Brasil como a própria tempestade ao país. Isso porque o programa assistencial disponibilizará R$ 400 aos beneficiários, mas apenas em dezembro. Na verdade, o governo ainda não possui meios concretos de financiar o programa e vem apostando todas as suas fichas na PEC dos Precatórios.
Por falar nisso, a semana ficou marcada pela aprovação da proposta no primeiro turno na Câmara dos Deputados. Apesar deste passo, ainda há outras votações que podem acabar com o sonho do governo em utilizar mais de R$ 90 bilhões dos precatórios para financiar o programa.
Em suma, todo esse cenário nebuloso impulsionou o dólar nas últimas semanas. Contudo, o resultado desta semana foi o inverso graças a novas notícias vindas do exterior.
Fed anuncia redução de estímulos, mas manterá juros baixos
Nesta semana, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, fez o anúncio que o mercado já esperava. A saber, o banco começará o processo de redução de estímulos na economia norte-americana em dezembro. Atualmente, o Fed injeta US$ 120 bilhões mensais na economia do país, e fará reduções de US$ 15 bilhões a cada mês até encerrar de vez os estímulos no país.
Isso até poderia impulsionar o dólar na semana. No entanto, a notícia já era esperada pelos investidores há tempos e não pegou ninguém de surpresa. Por outro lado, muito pensavam que o Fed também poderia começar a elevar os juros, mas o seu presidente, Jerome Powell, afirmou que não há expectativas de elevação de juros no país pelos próximos meses.
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